Ela ficou conhecida com suas opiniões consideradas por muitos “mais abertas” no programa Amor & Sexo, da TV Globo. Mesmo assim, a declaração de Regina Navarro Lins que decreta o fim da monogamia virou um dos assuntos discutidos nas redes sociais.

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Em entrevista ao jornal O Globo para falar do lançamento do seu novo livro, “Amor na Vitrine”, Regina falou muito sobre relacionamentos e em determinado momento ela sentenciou: “A monogamia está com os dias contados”.

Segundo a psicanalista a ideia das relações romantizadas povoa a mente das pessoas desde 1940, muito incentivado pelos filmes de Hollywood. Esse ideal prega que o casal se torne um, que quem ama terá todas as sua necessidades atendidas pelo outro e a “mentira horrorosa de que quem ama não tem desejo por mais ninguém”.

Para Regina, isso cria um vício em que atribuímos a quem nos relacionamos características que ela não possui e passamos o tempo do relacionamento tentando molda-la para se transformar no que inventamos.

Os anseios mais modernos, segundo Navarro, buscam a individualidade. A mudança que começou nos anos 60 ganha cada vez mais força, levando a um processo de profundas mudanças de mentalidade. Por isso estamos vendo novas relações surgindo, como o amor livre, o amor a três, o poliamor.

Precisamos discutir porque sabemos que pouca gente é monogâmica. Tudo é feito escondido. Na nossa cultura, a monogamia é um imperativo. Isso é um problema sério, porque as pessoas não são livres para escolher

Regina Navarro Lins acredita no fim da monogamia

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Para ela o fim da monogamia está acontecendo gradativamente e, daqui algumas décadas, será mais comum ver pessoas desejando relações múltiplas do que se fechando em uma relação a dois. Mas esse processo de mudança leva a um estranhamento, que explica porque esse tipos de relação ainda não muito criticadas pela nossa sociedade.

O novo assusta, o desconhecido gera insegurança. Quando vivemos uma transição, encontramos comportamentos díspares no meio social. Pessoas que já se libertaram, outros que ainda estão agarrados a padrões de comportamento.

Regina Navarro Lins comenta porque casais não monogâmicos ainda são criticados

Porém, Regina acredita que com o tempo não haverá sofrimento na não monogamia. Segundo a psicanalista do Amor & Sexo o sofrimento existe porque as pessoas acreditam que quem ama não sente desejo ou amor por mais ninguém.

Mas faz um alerta importante que só se deve abrir a relação se de fato uma decisão dos dois. “Não se pode aceitar abrir a relação pelo medo de perder o outro. Quando se abre mão de algo para agradar, o preço pode ser alto e inviabilizar a relação. Um se sentirá credor; o outro, eterno devedor”.

Regina afirma que se alguém quiser viver uma relação monogâmica está tudo certo, “mas se quiser ter três parceiros, também está tudo certo”. Ela lembra que sempre buscamos nos enquadras nos padrões, mas os modelos tradicionais nem sempre dão as respostas satisfatória para todos.

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