Trabalhar com a sua imagem fez Max Souza ser eleito em 2020 Mister Gay Brasil. Mas mostrar seu corpo em suas redes sociais acaba rendendo comentários que as vezes passam dos limites e levou o modelo a desabafar sobre a objetificação do corpo negro.

Em entrevista exclusiva para o nosso site, Max afirmou que sabe que seu tipo de trabalho o coloca em uma exposição maior e que tanto ele quanto o marido lidam bem com os elogios que recebe. O modelo é casado com Edgar Souza, primeiro prefeito assumidamente gay eleito no Brasil.

Trabalho como modelo há 6 anos, e tenho muito cuidado com a forma de responder e tratar as pessoas que admiram o meu trabalho. Um elogio ele sempre vai partir de uma forma muito natural, são comentários leves, aonde você não se sente de alguma forma ofendido.

Max Souza fala dos elogios que recebe por conta de seu trabalho como modelo

Ele lembra que quando conheceu Edgar já trabalhava como modelo, o que facilitou a questão da exposição nas redes sociais. “O Edgar entendeu desde sempre. No início tinha um ciúme normal o que é natural, mas hoje ele super entende”, contou.

O problema é quando a resposta dos seguidores é mais ousada. “Não é porque mostro meu corpo nas redes sociais que devo aceitar esses tipos de comentários”, afirmou. E muitas vezes, segundo ele, isso vêm acompanhado da objetificação do corpo negro.

Quando falo sobre hipersexualização de homens negros, não quero dizer que é proibido achar o corpo daquele homem bonito, não é proibido elogiar. Hiperssexualizar um homem negro é tirar dele a condição de homem e vê-lo somente como um corpo, um fetiche, pronto para ser usado e abusado pelos seus desejos sexuais.

Max Souza fala sobre a objetificação do homem negro

Para ele, o homem negro (e a mulher também, faz questão de lembrar) vai muito além do quem que muitas vezes as pessoas tentam impor. “Infelizmente uma parte da sociedade ainda vê nossos corpos só como um objeto de prazer”, contextualiza.

Sempre acham que o homem negro tem sempre uma genitália enorme, ou é ativo sempre! Muitos até afirmam ter fetiche em homem negro por conta disso. É algo bastante desagradável.

Max Souza reclama da forma como o homem negro é desejado por parte da sociedade

Max lembra que o homem negro já tem uma carga a mais ao mundo, de provar o seu valor sempre, e quando é gay pode se sentir ainda maior. Por isso, reduzir apenas a um objeto de desejo é algo que o diminui ainda mais. Ele afirma que isso também é uma forma de racismo. “Se observar a forma em que a beleza do homem branco é vista na sociedade, você vai notar uma diferença. Esse comportamento pode ser considerado uma forma de racismo sim, porque separa a beleza pela cor da pele”.

2 thoughts on “Mister Brasil Gay fala sobre a objetificação do corpo negro”

  1. Posso estar errado, mas quando se tem um perfil público onde 99% do conteúdo é feito de fotos mostrando o corpo, é muito difícil não usar a palavra “objetificação”. E se for ver bem, um modelo é um “objeto” pra uma revista, pra um desfile, pra uma marca. Eu acho que se o Max quer perder esse rótulo, ele tem mostrar nas redes sociais do quê mais é capaz. Ele dá inúmeras entrevistas e parece ser um cara muito inteligente. Mas se for usar apenas o Instagram como referência, só vou continuar vendo um negro bonito de corpo sarado.

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