Vale tudo por dinheiro? A pergunta fica ainda mais complexa em se tratando de uma pessoa que já é rica. Nesta semana o questionamento ganhou força com o anúncio que David Beckham fará propaganda de país homofóbico, mais especificamente o Catar.

Segundo o jornal britânico Daily Mail, Beckham assinou um acordo de £ 10 milhões para ser garoto propaganda da Copa do Mundo que será disputada no país. A questão é que o Catar é um país homofóbico, onde a homossexualidade pode ser punida com prisão de 1 a 3 anos (no caso de muçulmanos nativos até com pena de morte), além de ter outros problemas com direitos humanos, como maus tratos com trabalhadores migrantes e restrições à liberdade de expressão.

É verdade que questionados pela revista Attitude, representantes do astro não confirmaram o acordo com o país. Mas o silêncio do jogador em meio a polêmica levantada desde o “vazamento” da informação no Daily Mail é “ensurdecedor”, como se costuma dizer. Se de fato não há intenção de apoiar um país homofóbico, Beckham já devia ter se pronunciado.

Não há dúvida que o acordo é financeiramente atrativo, mas estamos falando de uma pessoa que já tem contratos milionários. Além disso, apenas o valor monetário deve ser levado em consideração na hora de decidir sobre associar a imagem a algo? Claro que sua ligação com o futebol faria de Beckham um garoto propaganda desejável para a os organizadores da Copa do Mundo do Catar. Mas e para o jogador, a imagem seria positiva?

Kate Allen, diretora da Anistia Internacional no Reino Unido disse que ele deve estar preparado para “falar abertamente sobre os abusos dos direitos humanos no país”. Ela citou a importância da Copa do Mundo deixar um legado no país sobre respeito aos direitos humanos e que Beckham também está em uma boa posição para usar seu perfil internacional para manter o assunto em debate.

Com sua imagem metrossexual em um esporte notadamente machista, Beckham ajudou a derrubar muitos preconceitos e em 2007 chegou a dizer à BBC estar “honrado por ter a marca de ícone gay”.

Em 2018, na véspera da Copa do Mundo da Rússia o assunto sobre grandes eventos acontecendo em um país homofóbico ganhou espaço. Aqui mesmo no site debatemos a respeito em uma matéria. Agora, chegando a Copa do Mundo seguinte, Beckham pode ter sua imagem manchada ao dar suporte a um país que não respeita direitos humanos. A conferir!

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