Uma eleição mais diversa e colorida. É isso que podemos esperar para o pleito deste ano com recorde de candidatos LGBT. Mas, apesar disso, os desafios de uma candidatura ainda são uma barreira para uma maior representatividade LGBTI+ no legislativo e no executivo.

A intenção de concorrer a um cargo político está grande. Segundo levantamento da Aliança LGBTI+, atualizado na última semana, 591 pré-candidaturas LGBTI+ ou de aliados foram cadastradas. Mas como os partidos têm até 26 de setembro para registrar oficialmente os candidatos, ainda não temos ao certo o número de representantes da comunidade estarão concorrendo na próxima eleição.

É fundamental ter representantes em todos os níveis da política. Um LGBTI+ sabe como defender da melhor maneira as nossas pautas. Além disso, quem não é visto não é lembrado.

Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI+, fala sobre a importância das candidaturas LGBTI+

Mas, apesar do recorde de pré-candidaturas, os desafios de uma eleição são grandes, especialmente para quem está se lançando nessa empreitada pela primeira vez. Para passar experiência e ensinar os melhores caminho para uma campanha, a Aliança Nacional LGBTI+ lançou na última sexta o “Curso Virtual de Formação de Pessoas Pré-Candidatas LGBTI+ & Aliadas”.

Segundo Toni Reis, a intenção é levar a expertise de especialistas sobre a lei eleitoral, como fazer uma campanha, como conseguir votos, entre outros aspectos importantes, para quem está tentando uma vaga no legislativo ou executivo nas eleições de 2020.

Apesar de não ter ainda o número certo de candidatos, a expectativa da aliança com o número de pré-candidaturas é que tenhamos ao final da data de registro oficial um recorde de candidatos LGBT. Esse levantamento será feito também pela Aliança Nacional LGBTI, como parte da campanha “Vote com Orgulho”.

William De Lucca, ativista que disputará uma vaga na Câmara de Vereadores de São Paulo pelo PT, comemora o número recorde de candidatos LGBT, lembrando que sempre tivemos muito aliados na política, mas que é hora dos próprios membros da comunidade ocuparem esses espaços.

Ele, contudo, faz um importante alerta. Um número grande de candidatos pode acabar enfraquecendo as chances de se eleger. Para William, talvez fosse a hora dos partidos conversarem entre si para formar uma frente a fim de eleger os candidatos e não pulverizar os votos.

É difícil isso acontecer. Mas abrir mão de algumas candidaturas seria uma forma de facilitar eleger os candidatos LGBTI+ e não distribuir o número de votos.

William De Luca acredita que o recorde de candidatos LGBT pode pulverizar votos

Não só a distribuição dos votos podem ser fator dificultador na eleição dos candidatos LGBT. O Fundo Eleitoral menor para as eleições 2020 significa menos dinheiro para essas campanhas. “É difícil uma candidatura de quem não faz parte de um grupo político existente”, analisa William.

Ele alerta ainda que o período de polarização que estamos vivendo será outra grande barreira a ser enfrentadas pelos candidatos LGBT. O preconceito e o ataque através de fake news devem marcar novamente as eleições.

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