Os efeitos da pandemia da Covid-19 estão em todos os setores da economia, mas um em especial está enfrentando maiores dificuldades. O setor de eventos ainda não enxerga perspectivas de um trabalho de regulamentação da retomada por parte das autoridades. Enquanto isso, sofre com a falta de apoio para manutenção econômica das empresas.

Apesar de representar 5% do PIB brasileiro e empregar mais de 12 milhões de profissionais diretos e indiretos, o setor de eventos está paralisado desde março, sem perspectiva de retomada e com pouca ajuda do governo para manutenção dos negócios e dos empregos.

Muita gente criticou essa MP que virou lei (sobre adiamento de eventos). As pessoas precisam ter mais empatia também com as empresas, com os prestadores de serviço, com o setor como um todo.

Fernando Scapri, sócio diretor da H&H Entretenimento, sobre a isolada medida de proteção ao setor feita pelo governo com lei sobre adiamento de eventos

Ele lembra que o setor precisa ser protegido para que as empresas possam se manter. Segundo Scarpi, sem proteção neste momento e sem perspectivas de retomada gradual, não haverá mais eventos, não haverá mais a boate ou o bar que as pessoas gostam de frequentar no futuro.

Enquanto isso, no segmento de entretenimento, crescem os eventos e festas clandestinos, sem qualquer cuidado com medidas de segurança para a Covid-19 e, até mesmo, sem os cuidados necessários para eventos deste porte. O resultado desse comportamento pode ser ainda mais desastroso.

As empresas sérias, que são comprometidas, que respeitam a lei e que estão preocupadas com as vidas e a segurança dos clientes vão quebrar e vão surgir empresas que já começaram erradas, clandestinas.

Fernando Scarpi mostra preocupação com o surgimento de festas clandestinas

André Almada, fundador do grupo The Week, faz coro em suas redes sociais. Em diversos posts ele pede a criação de um protocolo seguro que garanta a retomada igualitária para todos e chega a citar que não se trata de “preconceito, nem protecionismo contra pretensos e inconsequentes produtores”.

E a quem responsabilizar pelos contaminados nas praias, nos parques, nos meios de transporte, nas clandestinas, por não respeitarem as medidas de segurança dos protocolos?

André Almada questiona a responsabilidade de quem está organizando festas clandestinas, entre outras situações que coloca as pessoas em risco em um post na sua rede social

Segundo Fátima Facuri, presidente da Associação Brasileira de Empresas e Eventos) já houve esforço conjunto pela criação de protocolos sanitários que preparassem a retomada das atividades, documentos de acordo com as recomendações dos órgãos de saúde e adequados à realidade do dia a dia da organização, produção e montagem dos eventos. Mas, mesmo assim, o segmento segue negligenciado sobre a retomada. ” Eles estão aí, prontos, avalizados, inclusive pelo respeitado corpo clínico do Hospital das Clínicas de São Paulo. Mas, onde ficou a tão sonhada retomada?”, disse em entrevista ao site da revista Mercados & Eventos.

Foto: Planeta HH (Foto de evento em outro ano)

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