Considerados por muitos como um dos lugares mais seguros para os LGBTI+, o continente europeu pode na verdade ainda ter evoluído pouco na sensação de segurança para seus moradores. Prova disso é que a maioria dos gays europeus tem medo de andar de mão dadas com seu parceiro.
Está é apenas uma das constatações do relatório divulgado pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Européia. Na pesquisa perfeitamente intitulada “Um longo caminho a percorrer para a igualdade LGBTI”, ficou claro que, apesar dos avanços quando comparado a um estudo similar realizado em 2012, houve pouco progresso geral na prática do combate à discriminação contra europeus LGBTI+
Embora alguns países tenham promovido a igualdade LGBTI+, as conclusões de nossa pesquisa mostram que, em geral, houve muito pouco progresso real, deixando muitas pessoas LGBTI+ vulneráveis.
Michael O’Flaherty, diretor da Agência dos Direitos Fundamentais da União Européia
Seis de cada dez dos 140 mil entrevistados disseram que evitam dar as mãos em público com seus parceiros por medo de assédio ou agressão. O temor se justifica já que quatro em cada dez afirmam terem sofrido discriminação no ano passado. Isso é mais impressionante se levarmos em consideração que o numero aumentou de 37% para 43% entre a pesquisa de 2012 e a atual.
Para Helena Dalli, da Comissária Europeia para a Igualdade, o mais preocupante é que recentemente ocorreram incidentes anti-LGBTI na União Europeia, como ataques às Prides e a adoção de declarações de ‘zona livre de ideologia LGBTI+.
Quatro entre cada cinco pessoas também afirmam ter sido assediadas por causa de sua identidade de gênero ou sexualidade no último ano. E 10% foram agredidos sexual ou fisicamente nos últimos cinco anos por serem LGBTI+.
Os números são ainda mais assustadores quando falamos da população transexual. Mais da metade diz ter sido discriminada no ano passado. O número de lésbicas discriminadas é de 39% e de gays é de 32%. As pessoas trans também confiam menos em seus governos para proteger seus direitos.
Apesar disso tudo, a população LGBTI+ não está propensa a esconder a sua sexualidade. Mais da metade (52%) afirma ser aberto sobre sua sexualidade ou identidade de gênero. Em 2012 esse número representava apenas 36%.