De amanhã (28/08) até domingo (30/08), uma programação intensa de filmes LGBT estarão disponíveis de forma gratuita na plataforma LGBTflix. A 5ª edição do Festival Internacional de Cinema LGBTI será online e trará quatorze produções audiovisuais com narrativas sobre diversidade oriundas de vários lugares do mundo.

Além dos filmes internacionais, a mostra conta com produções brasileiras, cuja exibição é viabilizada por meio da parceria com o coletivo #VoteLGBT, que assina a curadoria. A programação engloba filmes que abordam alguns temas presentes nas vivências das pessoas LGBTI+.

A transição de gênero, realidade historicamente evitada pela produção audiovisual, é eixo central do documentário australiano ’52 Terças-feiras’, da diretora Sophie Hyde. A intersexualidade é objeto do filme austríaco ‘Erik&Erika’, de Reinhold Bilgeri, ao tratar da vida de uma aclamada esquiadora que tem sua identidade questionada. A relevante discussão continua na produção dinamarquesa ‘Nobody Passes Perfectly’, sobre quais impactos são presentes em um relacionamento a partir da decisão de uma das pessoas em transicionar de gênero.

Nem só de histórias de superação vive o audiovisual LGBT+, por isso na comédia uruguaia ‘Os Golfinhos Vão para o Leste’ um gay solitário evita a visita da filha, mas repensa a decisão ao saber que será avô. De fundamental importância na cultura LGBT+, a arte drag aparece em ‘Galore’, documentário que narra dilemas na vida de Lady Galore, drag holandesa que resolve passar por uma cirurgia de redução do estômago. Ainda no campo das artes, o filme dinamarquês ‘Amphi’ demonstra intensa abordagem artística e coloca três jovens em um anfiteatro onde desenvolvem um projeto que envolve arte e sexualidade.

Dilemas entre LGBTs de outras gerações aparecem em duas outras produções. Em ‘O Terceiro Casamento’, um gay recentemente viúvo escolhe participar de um casamento arranjado com uma congolesa 20 anos mais jovem. Já no filme espanhol ‘Por 80 Dias’, a visibilidade lésbica é eixo central ao narrar o reencontro de uma mulher de 70 anos com uma antiga amiga da adolescência.

Entre as produções brasileiras, questões urgentes são propostas, como o tensionamento da existência transexual na periferia, abordagem feita pelo filme “Meu Corpo é Político”. A potência do encontro entre duas mulheres negras é retratada no premiado “Minha História é Outra”. Olhares femininos e feministas seguem sendo apresentados pelas produções “Quebramar” e “MC Jess”. Já em “Terra Sem Pecado” a reflexão parte de relatos sobre homossexualidade em comunidades indígenas. A lista de produções nacionais se encerra com o documentário “Que os Olhos Ruins Não Te Enxerguem”, que costura relatos contundentes para problematizar a interseção entre gênero, raça e classe na comunidade LGBT+.

A exibição acontece na plataforma LGBTflix, iniciativa que já reúne 250 filmes brasileiros de temática LGBTI+ e tem funcionado como espaço de para espectadores interessados em obras que discutam questões LGBTs. Todos os filmes estarão disponíveis na plataforma no período de 18h de 28 de agosto até 23h59 do dia 30 do mesmo mês, à exceção do filme ‘Erik&Erika’, que será transmitido às 20h do dia 29 de agosto.

O evento é possível graças a uma união de missões diplomáticas coordenada pela Embaixada da Bélgica, com participação das embaixadas da Alemanha, Austrália, Áustria, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Irlanda, Países Baixos e Uruguai, e parceria com a Delegação Europeia no Brasil. O apoio institucional é das embaixadas do Canadá, Suécia, Suíça e Estados Unidos.

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