Em uma live com participação da Ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, foi a fala homofóbica do presidente da Embratur que ganhou destaque.
Gilson Machado interrompeu um papo sobe pedofilia para começar seu discurso contra o que chamou de “tentativa de impor a sua sexualidade perante a maioria de cristãos brasileiros” por parte da grande mídia. Segundo ele os dois assuntos são abomináveis, deixando dúvida se ele comparada a pedofilia a homossexualidade.
Citando o financiamento público para a exibição da peça ” O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu”, Gilson disse que estão fazendo “canalhice com dinheiro público” e acusou haver um movimento de imposição da sexualidade até em questões ligadas a religião.
Para finalizar o show de horrores em sua declaração, ao pedir desculpas pelo que chama de um “desabafo”, aconteceu a principal fala homofóbica do presidente da Embratur, ao se recusar a utilizar a denomiação certa para falar que não tem nada contra a homossexualidade.
Eu não tenho nada contra quem usa o seu orifício rugoso infra-lombar para fazer sexo. Mas querer impor a sexualidade a uma maioria de cristãos e querer desvirtuar a forma como Jesus Cristo veio a Terra…
Fala homofóbica do presidente da Embratur durante uma live
Apesar de não falar diretamente sobre o turismo, as declarações de Gilson Machado impactam de forma direta o setor. Pesquisas revelam que que o turista LGBTI+ será um dos primeiros a retomar as viagens tão logo sejam estabelecidos protocolos de segurança global. Segundo pesquisa da IGLTA (Associação Internacional de Turismo LGBTI+) 66% dos viajantes LGBTI+ pretendem viajar tão logo seja possível.
Para o presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, Ricardo Gomes, além de mostrar desconhecimento sobre a comunidade LGBTI+, a fala homofóbica do presidente da Embratur ataca de forma direta a promoção do turismo LGBTI+ no Brasil e causa regressão em todo o trabalho desenvolvido por entidades como a Câmara LGBT em desenvolver nosso país como um destino acolhedor.
Em um momento em que o turismo começa a pensar na retomada do setor, responsável pela geração de milhões de empregos, e que o turista LGBTI+ se destaca como um dos que será mais importante nesse momento, é desastrosa a fala do presidente da Embratur. Apesar de não refletir o sentimento de toda a população brasileira, atinge a promoção do destino Brasil de forma direta por seu papel institucional
Ricardo Gomes sobre o impacto da fala homofóbica do presidente da Embratur no turismo brasileiro.