Apesar de ser um dos países mais procurados para turismo LGBTI+, A Austrália só começou mais recentemente a ter avanços nas leis para proteção da comunidade. Só em 2017 o casamento homoafetivo foi legalizado no país e, somente agora, um estado a Austrália proibiu a cura gay.

Semanas depois do estado South Australia anunciar que queria banir a terapia de conversão, Queensland, segundo maior estado australiano, se tornou o primeiro no país a proibir a “cura gay”. Na última semana uma lei foi aprovada e os praticantes da terapia de conversão que usarem técnicas como eletrochoque, drogas e hipnoterapias poderão ser presos por 12 meses. Se a terapia for aplicada em menor de idade a pena sobe para 18 meses.

É hora de enviar uma mensagem clara de que é inaceitável. Uma ideologia que trata as pessoas LGBT + como danificadas não tem lugar em nossa comunidade.

Steven Miles, vice-primeiro-ministro de Queensland, comenta a decisão da proibição da cura gay

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A terapia de conversão foi desacreditada pela Associação Psiquiátrica Mundial e refere-se a qualquer tentativa de mudar a orientação sexual ou identidade de gênero de uma pessoa. Os sobreviventes da tentativa de “cura gay” relatam ter experimentado profundos sentimentos de vergonha, alienação e desesperança. Frequentemente apresentam sintomas de depressão, ansiedade e pensamentos suicidas.

Porém, assim como na Holanda, ativistas LGBTI+ alertam que apenas a proibição pode não significar vitória. A lei do estado australiano se concentra apenas nos profissionais de saúde, falhando em abordar o fato de que a maior parte da terapia de conversão está provavelmente ocorrendo em ambientes informais e religiosos.

A proibição desse tipo de terapia deve ser estendida às instituições religiosas. O financiamento para suporte especializado para sobreviventes também deve ser priorizado.

Michael Berkman, parlamentar, faz importante observação a respeito da lei

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O Brasil se tornou um dos primeiros países do mundo a proibir a “cura gay”. Em 1999 o Conselho Federal de Psicologia proibiu a prática e estabeleceu que seus profissionais não poderiam colaborar com eventos ou serviços de tratamento para reversão da homossexualidade. Em abril deste ano o Supremo Tribunal Federal manteve manteve a suspensão de uma decisão judicial que autorizava psicólogos a aplicar terapias de conversão.

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