Uma pesquisa apelidada de Mosaico, por juntar vários subtipos do vírus HIV, entra em uma fase avançada de testes ainda este ano. E o Brasil será um dos países onde ela será testada, segundo informação divulgada a 10ª Conferência da Sociedade Internacional da Aids sobre a Ciência do HIV , realizada na Cidade do México.
Além do Brasil, EUA, Argentina, Itália, México, Peru, Polônia e Espanha são países onde serão realizados os testes em 3.800 voluntários. A concentração será na população que quantitativamente apresenta mais casos, assim como aconteceu no teste no continente africano em que se privilegiou mulheres (segundo a Agência das Nações Unidas de Luta contra a Aids elas representam 60% dos casos na região). Na Europa e nas Américas o perfil é outro. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, homens que fazem sexo com homens e mulheres trans representam dois terços dos novos diagnósticos. Receberão a vacina de teste indivíduos com idades entre 18 e 60 anos.
Todos os voluntários receberão um kit de prevenção contra HIV, incluindo o PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e de forma aleatória serão submetidos a vacina experimental ou a uma injeção sem efeito. A vacina será administrada quatro vezes por ano, sendo que as duas doses iniciais utilizam um composto criado a partir de um vírus de resfriado modificado para entregar substância que induz resposta imunológica e as duas doses finais compostas por proteínas do envelope viral de dois tipos do HIV.
A intenção do estudo é verificar se esse tipo de profilaxia funciona tão bem quanto o método disponível ultimamente. Apesar do índice de eficiência da PrEP oral poder chegar a 99%, estudos revelam que o índice de pessoas que segue a risca o tratamento cai com o passar do tempo. A ideia com a vacina do HIV é criar um método mais simples de profilaxia, já que o líquido injetado no músculo fica depositado e sendo liberado gradualmente.