Professores estão usando saia em um movimento de apoio a um aluno que foi expulso de seu colégio e enviado a um psicólogo. O caso aconteceu em outubro do ano passado e gerou uma série de protestos de outros alunos que passaram a usar a peça de vestuário e agora chega aos professores.

Mikel Gómez, de 15 anos, explicou recentemente em um vídeo nas redes sociais que usou saia para desafiar as normas de gênero e apoiar a liberação das mulheres. Contudo foi imediatamente expulso de sala e encaminhado a um psicólogo que o interrogou sobre se ele se identificava como mulher.

O caso gerou uma onda de protestos de outros alunos que foram de saia para a aula em suporte a Mikel. Agora, professores de toda a Espanha se juntam ao movimento #laropanotienegenero (roupas não tem gênero).

O professor de matemática Jose Piñas decidiu seguir o exemplo dos seus alunos e vestiu saia para protestar, relembrando o bullying sofrido na sua própria infância.

Há 20 anos sofri perseguições e insultos por minha orientação sexual no instituto onde agora sou professor. Quero me juntar à causa do aluno Mikel, que foi expulso e mandado ao psicólogo por ter ido para a aula de saia.

Professor Jose Piñas fala sobre sua adesão ao movimento em que professores estão usando saia

Outros professores destacaram também que há casos nas escolas onde dão aula. Foi o que disse Borja Velúquez, que trabalha na escola primária Virgen de Sacedón em Valladolid, ao El País. Ela afirmou que alguns professores se juntaram ao protesto e usaram saia durante todo o mês de maio em apoio a um de seus próprios alunos que foi intimidado com calúnias homofóbicas.

Os alunos que iniciaram todo esse movimento prometem usar saias todos os dias 04 de cada mês. A ideia é evidenciar a causa e não deixar o caso de Mikel cair no esquecimento. “Eles sempre nos falam sobre a necessidade de aprender matemática, história, línguas, mas não sobre algo tão importante quanto a igualdade”, explicou Lía Menduíña Otero, uma das organizadoras dos protestos.

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