Levantamento feito pela Unaids, braço da ONU para o combate da AIDS/HIV, revelou que as pessoas com HIV no Brasil estão respeitando mais a quarentena do que o nível de reclusão médio no país.

Segundo o levantamento, enquanto na média brasileira dificilmente há 50% de adesão ao isolamento social, 87% das pessoas com HIV entrevistadas disseram estar cumprindo a quarentena.

Dos 13% que afirmam que não estão ficando em casa, a maioria (48,6%) justifica estar saindo porque precisam trabalhar e não foram dadas outras opções. O segundo principal motivo alegado (11,4%) é que são responsáveis pelos cuidados de outra pessoa. Uma pequena parte (2,8%) afirma ser profissionais de saúde e 2,6% alegam outros motivos.

Especialistas afirmam que quem está em tratamento não faz parte do grupo de risco (clique no link para saber mais a respeito). Por isso, é preocupante observar que o índice de isolamento social é maior em quem está usando antirretrovirais (95,8%). Apesar de mostrar uma responsabilidade com a necessidade da quarentena dessa parte das pessoas com HIV, chama a atenção que justamente quem está mais suscetível a mais grave forma da COVID-19 esteja se expondo mais.

Sobre conseguir ter acesso ao medicamento, 90% afirma estar conseguindo normalmente, 7% afirmam estar conseguindo, mas com dificuldade, e 3% afirmam não estar conseguindo. Entre estes últimos há relatos de pessoas que descobriram ser HIV+ recentemente e enfrentam problemas paras marcar consultas com infectologistas.

Para chegar a esses números, a Unaids entrevistou 2.893 pessoas com HIV em todo o país entre os dias 27 e 31 de março.

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