Na medida que muitos países avançam em direitos LGBT, o mundo se mostra mais favorável ao apoio aos direitos LGBT. É o que mostra a pesquisa realizada pelo instituto Ipsos. Contudo, há uma contradição quando falamos em sair do armário e demonstrar afeto em público.

Casamento entre pessoas do mesmo sexo é aceito pela maioria

Feita de forma online com mais de 19 mil adultos em 27 países, o levantamento mostrou que a maioria dos entrevistados (54%) é a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, 16% é a favor de algum tipo de reconhecimento legal que não seja casamento e 16% é contra a qualquer tipo de reconhecimento.

Como era de se esperar, dentro da comunidade LGBTI+ a aceitação do casamento homoafetivo é grande, com 84% dos que se consideram homossexuais e 74% dos que se consideram bissexuais sendo favoráveis. Mesmo entre os heterossexuais a maioria (55%) é a favor. Contudo chamou a atenção que os transgêneros, 12% são contra e apenas 45% são a favor (32% são favoráveis a outro tipo de reconhecimento legal e 11% não souberam ou não quiseram responder).

Apesar da maioria dos brasileiros (55%) ser a favor do casamento igualitário – 14% a favor de outro tipo de reconhecimento e 18% contra qualquer reconhecimento -, o Brasil está apenas da 16a posição entre os 27 países pesquisados sobre aceitação do casamento entre pessoas do mesmo. A Holanda com 84% é o país mais favorável. Onze países não têm maioria a favor, sendo Rússia (17%) e Malásia (8%) os menos favoráveis.

Cabe ressaltar que quase a metade (48%) mudou de opinião, segundo a pesquisa, sobre o tema nos últimos 5 anos.

Leia também: Putin propõe emenda constitucional de proibição do casamento gay na Rússia

Adoção por casais homoafetivos tem mais aprovação

O direito ao casamento está ganhando mais adeptos em todo o mundo, e quando se trata do direito a adoção por casais homoafetivos, um número maior de pessoas respondeu ser favorável (61%). Até mesmo entre os heterossexuais a aprovação mantém o mesmo percentual, demonstrando que o apoio aos direitos LGBT independe da sexualidade.

No Brasil o índice positivo é ainda maior (69%), sendo que apenas 1/4 (25%) dos entrevistados são contrários. Novamente mulheres (67%) são mais favoráveis que homens (55%).

Maioria apoia legislação a favor da comunidade LGBTI+, mas apenas cerca de 1/3 apoia demonstração de afeto em público.

O apoio aos direitos LGBT deve ser garantido por lei pela maioria (55%) dos pesquisados. Apenas 19% são contrários e 26% afirmam não ser favoráveis e nem contrários. Mais da metade (51%) são favoráveis a que pessoas LGBTI+ demonstrem abertamente sua sexualidade ou identidade de gênero em público, sendo apenas 16% contra.

Porém, apenas 47% apoiam que empresas e marcas promovam a igualdade para pessoas LGBTI+ (34% nem a favor e nem contra; 19% contra). A resposta corrobora o fato que apenas 35% são favoráveis a uma maior representatividade LGBTI+ na mídia (40% nem a favor e nem contra; 25% contra); bem como apenas 37% são favoráveis a demonstração de afeto em público (36% nem a favor e nem contra; 27% contra).

Leia também: Quais direitos LGBTI+ serão debatidos em 2021

Brasil apresenta números melhores do que o recorte global

No recorte brasileiro, um número ainda mais expressivo (65%) apoia a criação de leis de proteção para a comunidade LGBTI+. Assim como a maioria (55%) é a favor das pessoas LGBTI+ falarem abertamente sobre sua sexualidade ou identidade de gênero. A boa notícia é que por aqui a maioria (58%) também apoiam que empresas e marcas promovam a igualdade, mais pessoas quanto comparado ao recorte global são favoráveis a uma maior representatividade na mídia (46%) e a demonstração de afeto em público (42%).

Participação no esporte ainda gera polêmica

Metade dos entrevistados (50%) são favoráveis a que esportistas homossexuais e bissexuais sejam abertos quanto a sua sexualidade (apenas 16% são contra e 34% não são a favor e nem contra). No Brasil esse número favorável chega a 60%.

Porém, quando o assunto é a participação de pessoas trans no esporte o assunto é bem divido. Exatamente 32% são favoráveis e outros 32% são conta que possam competir baseados na sua identidade de gênero (36% afirmaram não ser a favor e nem contra).

Leia também: Jackie Silva defende trans no esporte

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *