Aliar estudo e diversão, se sentir seguro, poder se conhecer melhor e viver uma vida diferente. Não importa qual o motivo, mas é fato que cada vez mais cresce a procura pelo chamado Intercâmbio Gay-Friendly. Alguns destinos são famosos por ter essa postura e atraem cada vez mais estudantes, mas é importante também ficar atento nos detalhes para não ter uma decepção.

Para Victor Freire, diretor da unidade de Fortaleza da World Study, é fundamental oferecer escolas e locais de acomodação abertos e alinhados a uma política de diversidade não só referente à opção sexual, mas também em outros aspectos. Não apenas a cidade, mas o local de estudo e onde o intercambista vai ficar devem ser igualmente gay-friendly. Isso é essencial para que realmente se torne um intercâmbio gay-friendly.

intercâmbio gay-friendly
A escolha de Fabio Sarmento por Toronto mudou a sua vida

Entre os destinos para intercâmbio gay-friendly, Victor ressalta que os mais procurados são Toronto (Canadá), Londres (Inglaterra) e Sydney (Austrália). Porém ele aponta San Francisco (Estados Unidos) e Brighton (Inglaterra) como outras duas cidades que chamam a atenção do público LGBT: “Brighton, que fica há 40 minutos de Londres, é mundialmente conhecida como a capital gay da Inglaterra. O legal da cidade é a infinidade de bares, gastronomia diferenciada, uma praia vibrante com pier, baladas e vida noturna bem agitada. Assim como San Francisco é um dos destinos gay-friendly mais conhecidos do mundo. Uma cultura jovem e inspiradora, bairros boêmios e a liberdade de você poder ser exatamente quem é, sem qualquer receio, fizeram a fama da cidade.

Um dos motivos que fizeram o casal Alessandro Lemos e Edson de Carvalho escolherem Sydney (Austrália) foi o fato de poder aplicar para o visto como casal. Vivendo atualmente na cidade australiana, eles até se casaram por lá e na renovação do visto, Alessandro não enfrentou problemas em continuar, mesmo sem estar estudando, já que entrou como companheiro no visto de Edson. “Chegamos a ver outros países, como a Irlanda e o Canadá, mas quando nos disseram que aqui somos aceitos como um casal genuíno (assim que os Aussies falam), ficamos entusiasmados”, lembra Alessandro.

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Alessandro Lemos e Edson de Carvalho optaram por Sydney por poder aplicar visto como casal

Mas há quem use o período para um processo de autoconhecimento. Em 2013, Fabio Sarmento escolheu Toronto (Canadá) justamente por estar passando por um momento de descobertas: “Eu não me aceitava, não era publicamente assumido e precisava de um tempo para acertas as minhas ideias. Então escolhi um lugar onde pudesse me descobrir e viver uma experiência livre dos medos que tinha em minha cidade, como ser descoberto ou sofrer algum tipo de coação”. Ele afirma que a experiência de um intercâmbio gay-friendly foi fundamental para a aceitação pessoal e marcou sua vida para sempre. “Até hoje penso em voltar para lá”, finaliza.

Mas não só de experiências gratificantes vive quem opta por um intercâmbio gay-friendly. Ler a respeito e consultar empresas especializadas pode ajudar, mas com a facilidade da internet uma busca mais apurada pode acabar te ajudando a evitar problemas. Apesar de ter o casamento gay aprovado por referendo, um dos fatores que chamou a atenção de Alan Lima na hora da escolha, Dublin (Irlanda) acabou se revelando bastante conservadora para o intercambista. Namorando um irlandês, Alan relata olhares e comentários preconceituosos quando sai de mãos dadas: “Apesar do casamento gay ser lei, o país ainda é enraizado na cultura católica. Para mim os gays aqui ainda estão dentro do armário e não querem sair, temem algo. Claro que não há tantos casos de violência física como no Brasil, embora meu namorado já tenha sido agredido duas vezes, mas a sensação é que aceitam, mas não querem ver demonstração de carinho em público”.

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Alan Lima se decepcionou com Dublin apesar do casamento gay ser lei

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