Líder em triagem de sangue e testes de doenças infecciosas, a Abbott anunciou a descoberta de um número anormal de controladores de elite do HIV na República Democrática do Congo, o que pode indicar caminho para a cura.

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Segundo a agência AP News, a empresa de dispositivos médicos e cuidados de saúde anunciou que pesquisadores do seu Programa de Vigilância Viral Global, que há mais de 25 anos monitora o vírus HIV para identificar mutações, encontrou um número excepcionalmente alto de pessoas na República Democrática do Congo com teste positivo para anticorpos do HIV, mas com contagem de carga viral baixa a não detectável, mesmo sem o uso de tratamento anti-retroviral.

São os chamados controladores de elite do HIV, que no mundo giram entre 0,1 a 2% da população, mas que no país africano estariam entre 2,7 a 4,3%. O número alto em uma mesma região despertou a atenção dos cientistas, que agora farão estudos adicionais para compreender esta resposta imunológica única.

Amostras de plasma coletados em diferentes períodos, desde 1987 até 2019, permitiram aos pesquisadores descartar falsos positivos, viés do local de coleta, alta diversidade genética e tratamento anti-retroviral como a causa de contagens virais não detectáveis ??em 10.457 pacientes.

A descoberta de um grande grupo de controladores de elite de HIV na RDC é significativa, considerando que o HIV é uma condição crônica ao longo da vida que normalmente progride com o tempo.

Tom Quinn, diretor do Centro Johns Hopkins para Saúde Global, comenta os resultados sa pesquisa

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Chama a atenção que esse número elevado de controladores de elite tenha sido descoberto justamente no país que pertence a África Subsaariana, região onde se acredita deu início a pandemia do HIV. O país inclusive é apontado como o primeiro a registrar casos de AIDS.

O resultado inicial apenas indica que poderá haver alguma pista a respeito da cura do HIV ao estudar melhores estes controladores de elite do HIV. Mas médicos acreditam que isso poderá ajudar no desenvolvimento de novas pesquisas, sinalizando um caminho mais correto a seguir.

A comunidade de pesquisa global tem mais trabalho a fazer. Mas aproveitar o que aprendemos com este estudo e compartilhá-lo com outros pesquisadores nos deixa mais próximos de novos tratamentos que podem eliminar o HIV.

Michael Berg, principal autor do estudo comemora o achado

Desde o início da epidemia global de HIV, 76 milhões de pessoas foram infectadas com HIV e 38 milhões de pessoas hoje estão vivendo com o vírus.

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