Em tempos em que toda a ajuda é bem vinda, para a FDA, agência federal de saúde norte-americana, a discriminação pode ser maior do que a importância de salvar vidas.

Na semana passada, a US Food and Drug Administration abriu caminho para começar a utilizar o plasma sanguíneo como forma de tratar o novo coronavírus. Embora ainda em fase de testes para saber se funcionará, a Terapia com Plasma Convalescente, utiliza o plasma de pacientes curados da Covid-19 no tratamento.

O problema é que a FDA continua adotando a postura de que quem não pode doar sangue também não poderá doar plasma. No momento, isso restringe qualquer homem que tenha feito sexo com homem nos últimos 12 meses de fazer a doação. O que excluí, tanto da doação de plasma quanto de sangue (lembrando que o número de doações de sangue caiu vertiginosamente desde o início do isolamento social), boa parte da população gay.

A urgência do momento, ainda mais se lembrarmos que os Estados Unidos são atualmente o país com o maior número de infectados pelo novo coronavírus no mundo, pode ser decisiva para que, finalmente, essa regra seja revista.

No início de março a organização LGBTQ+ GLAAD lançou uma petição online pedindo a atual proibição da doação de sangue. Com mais de 17 mil assinaturas, a petição teve adesão de celebridades como Sam Smith, Michelle Visage, Daniel Franzese, entre outros.

O FDA não pode permitir que uma proibição ultrapassada e discriminatória de doações de sangue de homens gays e bissexuais atrapalhe o tratamento potencialmente salvador de vidas para a dolorosa atual crise de saúde do país

Sarah Kate Ellis, CEO da GLAAD

Agora, um grupo de senadores está pressionando a FDA a rever a norma. Em resposta, a agência respondeu que, por enquanto, manterá as política restritiva, mas que a manteria sobre revisão.

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