Conhecido até então como “o paciente de Londres”, a segunda pessoa no mundo a ter cura do HIV revelou a sua identidade em entrevista ao New York Times. Adam Castillejo, de 40 anos, diz querer ser um “embaixador da esperança”.

Morador do East End, na capital inglesa, teve o anúncio da cura do HIV há um ano, quando cientistas anunciaram que o tratamento de transplante de medula óssea por seu linfoma foi o responsável pelo resultado incomum. Por acaso o doador tinha uma mutação rara, chamada “Delta 32”, que impediu a entrada do HIV nas células. Ou seja, o transplante substituiu o sistema imunológico de Castillejo por um que resiste ao vírus.

Não quero que as pessoas pensem que fui escolhido. Estava apenas, provavelmente, no lugar certo e a hora certa.

Adam Castillejo em entrevista ao New York Times

É importante relembrar que o transplante tinha apenas o objetivo de curar o câncer e que tal procedimento é arriscado, ainda que houve a feliz coincidência do doador ter a mutação rara. Isso não transforma o transplante em solução para a cura do HIV, mas abre uma nova frente para os pesquisadores.

No início, como não havia a certeza da cura do HIV, o caso de Adam era tratado como remissão. Porém, com mais de um ano de testes, a Dra. Ravindra Gupta, da Universidade de Cambridge, afirma que agora já é possível fara em cura do HIV. Até então, o único caso no mundo era de Timothy Ray Brown, conhecido como “paciente de Berlim”, em 2008.

Em sua entrevista ao New York Times, Castillejo falou sobre as décadas de tratamento e o medo de morrer. Assim como em 2003, quando foi diagnosticado com HIV, em 2011 ao ser diagnosticado com estágio 4 de Linfoma, o paciente acreditou que estava a beira da morte. Em 2015 os médicos chegaram a dar só mais um ano de vida pra ele.

O transplante foi realizado em 13 de maio de 2016, seguido por um ano de tratamento pesado com várias infecções e operações. Mas, agora, contra todas as possibilidades, não só está vivo como teve a cura do HIV.

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