Um dos tradicionais blocos gay do Rio terá pela primeira vez uma ação contra a LGBTfobia durante o seu desfile. O Amigos da Onça, que acontece amanhã (22/02), às 07h, na Praia do Flamengo, terá uma série de ações para proteger os foliões e conscientizar sobre o assunto.

E em parceria com o Espaço Somato, o Amigos da Onça vai prestar atendimento às vítimas de LGBT+fobia durante o cortejo. Uma tenda no local onde acontece o bloco terá psicólogos, assistentes sociais e advogados para atender os foliões que precisarem. Além disso, duplas dessa equipe multidisciplinar estarão circulando para identificar algum caso no momento que ele aconteça.

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Além do primeiro acolhimento, feito na estrutura montada no Amigos da Onça, os profissionais acompanharão as vítimas no pós carnaval dando todo o suporte necessário, jurídico e clínico.

Desde 2017 esse trabalho já é desenvolvido no Amigos da Onça, até então focado no combate ao assédio nas mulheres. Agora em 2019 foi expandido para racismo e LGBTfobia. A expansão veio pela observação de casos em ensaios de blocos e do crescente aumento da violência letal contra negros, população LGBT+, e mulheres, nos casos de feminicídio, no país.

É uma ação de apoio mas também um ato político. O cenário atual no Brasil é de polarização e os casos de LGBTfobia aumentam. Usamos o carnaval por conseguir passa uma mensagem mais eficiente para a população.

Fernando Acosta, coordenador do Espaço Somato

O Amigos da Onça consegue assim usar seu desfile de carnaval para fazer uma ação social e chamar a atenção para temas tão importantes. Vale sempre lembrar que racismo é crime e que a LGBTfobia foi igualada ao racismo por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O bloco Amigos da Onça, que toca desde marchinhas, passando pelo axé baiano e até Mamonas Assassinas, estima que 12 mil pessoas acompanharão o desfile.

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