As iniciativas de Diversidade e Inclusão costumam focar muito na empregabilidade, mas especialistas alertam que a retenção de talentos é outro gargalo que precisa ser melhor trabalhado. A falta de representatividade LGBT no ambiente de trabalho, especialmente em cargos de liderança, ainda é um desafio.

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É o que mostra um levantamento feito pela SafeSpace, plataforma que ajuda a prevenir, comunicar e resolver problemas de comportamento no trabalho, em parceria com a MindMiners. Foram convidados líderes abertamente LGBTQIA+ para responder à 4 perguntas e o tema representatividade foi dominante nas respostas.

Uma das entrevistas, Manoela Ribas Mitchell, CEO da Pipo Saúde acredita que não há nada mais empoderador do que ser quem se é, mas para isso acontecer destaca a importância da representatividade LGBT no ambiente de trabalho. “Quando se está inserida em uma empresa que não possui nenhuma liderança LGBTQIA+, é muito mais difícil se sentir inspirada e motivada”, acredita.

Mesmo com os avanços nos últimos anos que levou a uma melhora na diversidade em cargos de liderança, ainda há muito o que melhorar. Dados do Instituto Ethos mostram que apenas 13% dos LGBTs já ocupou um cargo de diretoria, 15% cargo de coordenação e a maior parte (54%) ocupa cargos de entrada, tais como analistas, assistentes e estagiários.

“Quase não temos integrantes da comunidade LGBTQIA+ ocupando cargos de alta liderança, grupos de C-level ou até mesmo nos conselhos. É pouca representatividade, e trazer mais a tona este senso de pertencimento é necessário”, destacou Douglas Madona, Payroll Operations Manager na Nuvini.

Além dos números ainda baixos, outra dificuldade é que mesmo quando há diversidade na liderança a representatividade está garantida. Isso porque, segundo o estudo anual Getting to Equal, menos de 1/4 dos líderes LGBTQIA+ falam abertamente sobre o assunto no ambiente de trabalho.

A falta de representatividade LGBT no ambiente de trabalho acaba se refletindo em todos os níveis das empresas. Segundo o levantamento, 60% escondem sua orientação sexual ou identidade de gênero com medo de represálias no meio corporativo. Isso é facilmente explicado quando 55% dos respondentes afirmaram já ter sofrido discriminação no trabalho.

“Em um ambiente novo, um simples café com colegas pode ser causador de grande ansiedade quando você não sabe o que pode comentar sobre sua vida ou família”, lembra Thai Costa, Global HR and Opertaion Manager da Sinergia Animal.

Há ainda o desafio da inclusão de todos os recortes da população LGBTQIA+. Marina Croce, deputy CEO na Webedia, destaca que ainda enxerga dificuldades quando falamos em inclusão de pessoas trans, queer e por vezes intersexo. “Precisamos trabalhar a comunicação para garantir que todas as pessoas sejam tratadas com o mesmo respeito e seriedade”, destacou.

Para Pedro Sampaio, Head of Brand na PicPay, é preciso conversar, mapear e pesquisar, “a partir de uma conversa constante, entendendo quais são as necessidades dos grupos e como a empresa poderia ajudar”, para montar um plano de ação de Diversidade e Inclusão. Só assim, com inclusão e representatividade LGBT no ambiente de trabalho conseguiremos colocar em prática as inciativas pensadas para uma empresa mais diversa.

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