A importância da Revolta de Stonewall na luta pelos direitos LGBTI+ é senso comum. Mas uma questão histórica até hoje questiona quem teria começado o motim contra a polícia. Afinal, quem jogou o primeiro tijolo em Stonewall?
Nas primeiras horas de 28 de junho de 1969, a polícia invadiu o bar Stonewall para mais uma batida, que era rotina na época. Com os frequentadores mostrando uma não usual resistência ao fato, os policias forma mais violentos e agrediram cerca de 200 pessoas que frequentavam o local.
Stormé DeLarverie, lésbica, estava sendo arrastada para o camburão da polícia de forma violenta quando questionou a multidão que se aglomerava no parque que fica em frente ao bar: “Você não vão fazer alguma coisa?”
É consenso que essa frase teria sido o estopim para a reação em massa de quem assistia incrédulo a violência da polícia. Mas não há o mesmo consenso em quem jogou o primeiro tijolo em Stonewall, que teria simbolismo importante. Não se sabe de fato se isso realmente aconteceu ou foi um efeito em grupo desde o início.
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Duas mulheres trans são consideradas as responsáveis pelo ato: Marsha P Johnson e Sylvia Rivera. Apesar de ambas estarem na frente do movimento de luta pelos direitos LGBTI+ aquela época, nenhuma assumiu ser quem jogou o primeiro tijolo em Stonewall.
Johnson chega a dizer que não estava no local no momento em que começou a revolta de Stonewall. Segundo relato próprio, ela teria chegado depois das duas da manhã, quando o local “estava pegando fogo e os tumultos já tinham começado”.
Recebi o crédito de ter dado o primeiro coquetel molotov por muitos historiadores, mas sempre gosto de corrigi-lo. Joguei o segundo, não joguei o primeiro.
Marsha P Johnson, falando sobre ser atribuído a ela o título de ser quem jogou o primeiro tijolo em Stonewall
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Já Sylvia Rivera estava bebendo no Stonewall quando a polícia chegou. Por isso, muita gente acredita que seja ela quem jogou o primeiro tijolo em Stonewall. Contudo, Rivera afirma apenas que depois de ter sido expulsa do bar percebeu “todo mundo olhando um pro outro” e depois um movimento que começou com arremessos de moedas contra os policiais.
O fato é que ninguém até hoje assumiu ter sido quem jogou o primeiro tijolo em Stonewall. Talvez porque muitos acreditam que não há uma única pessoa responsável pelo levante, mas sim um coletivo de pessoas que resolveram dar um basta à violência policial contra os LGBTI+, que era regra na época. Até mesmo DeLarverie não concorda com seu protagonismo:
O policial me bateu, e eu o bati de volta. Os policiais receberam o que deram.
Stormé DeLarverie falando sobre a importância de sua participação na Revolta de Stonewall