Não vamos nem perder tempo explicando que “ideologia de gênero” não existe. Mas fato é que religiosos conservadores, em especial evangélicos, usam isso para atacar a comunidade LGBTI+ e as pessoas que pregam uma educação mais diversa.
A novidade agora, que está circulando nas redes sociais é um vídeo que usa quatro crianças para atacar o que eles chamam de “ideologia de gênero”. Além do absurdo de expor crianças a um assunto que claramente elas não têm conhecimento para opinar por conta própria, o vídeo ainda fala que as discussões sobre sexualidade e gênero estão erradas.
Originalmente feito pelo “O Mundo é de Otávio”, uma página que se declara “ensinando a Bíblia de uma forma divertida e simples pra crianças”, o vídeo se torna ainda mais grave exatamente por ter no público infantil seu alvo. Pessoas que ainda não te maturidade para ter suas próprias opiniões sobre o assunto, sendo bombardeadas por desinformação.
Em determinado momento do vídeo é afirmado que a ideologia de gênero “quer confundir você” (se referindo as crianças que estão assistindo) e simplifica o debate de sexualidade e gênero está “dizendo que meninos podem ser meninas e meninas podem ser meninos”.
Pra piorar, na sequência duas das crianças falam de forma enfática: “Mas isso está errado. Sim, muito errado!”. Colocando religião em destaque, ainda dizem que isso seria uma espécie de ataque a fé, “dizendo que o nosso Deus pode errar”.
O vídeo continua dizendo que “querem trocar uma verdade de Deus por uma mentira”. E destaca no final que “meu Deus nunca erra” é a resposta das crianças contra a ideologia de gênero.
Confira abaixo uma das versões do vídeo que está sendo compartilhadas em páginas evangélicas.
Pois é, não se deve mesmo expor crianças a um tema tão complexo. Da mesma forma creio que atitudes que visem não permitir a inclusão deste tema no currículo do ensino fundamental deveriam ter o apoio de todos inclusive dos editores que aqui escrevem. Afinal, alguém poderia esclarecer o que é e de que trata a ideologia de gênero?
A ideologia de gênero não existe. Já a inclusão no currículo escolar de temas como sexualidade não só deveria existir como conta com nosso apoio.