Um observatório sobre Empregabilidade LGBT publicado pelo Diversidade 23 revelou que 82% dos LGBTs entrevistados acreditam que ainda falta muito para que as empresas nos acolham melhor. Tanto que somente 32% disseram que se sentem acolhidos na empresa que trabalha agora ou em alguma outra que trabalharam.
A pesquisa inédita no país foi idealizada por Eliseu Neto, teve o apoio do ex-senador Cristovam Buarque e colaboração da UniRio. Ela aponta as dificuldades vividas pela comunidade LGBTI+ no ambiente de trabalho, mostra as necessidades de mudanças e demonstra caminhos para uma maior inclusão.
Essa pesquisa se mostra ainda mais importante quando quase não temos estudos sobre a questão LGBT como um todo no Brasil. Hoje não temos um número realmente oficial sobre o número de mortes e um censo referente aos LGBTs. Ainda temos a situação preocupante da completa exclusão social de travestis. Isso tudo precisa ser analisado por todos
Eliseu Neto, coordenador do Diversidade 23, fala da importância do Observatório Sobre Empregabilidade LGBT
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O levantamento apontou que 35% dos LGBTs já sofreram discriminação no ambiente de trabalho, sendo a maior parte por colegas. Ainda, 12% afirmam ter sido discriminados por gestores. Piadas e comentários homofóbicos são os mais comuns.
Isso leva muitos preferirem não assumir sua orientação sexual. Apesar da maioria (51%) dos que não contam afirmarem que o motivo é não achar necessário, 22% não fazem por medo de represálias de colegas.
Outro questionamento é quanto a ocupação de cargos importantes. Dados do Instituto Ethos mostram que apenas 13% dos LGBTs já ocupou um cargo de diretoria, 15% cargo de coordenação e, a maior parte (54%) ocupa cargos de entrada, tais como analistas, assistentes e estagiários. Chama a atenção que 71% dos respondentes, LGBTs ou não, afirmaram não ter problemas em ter um gestor LGBT.
Apesar dos dados negativos, chamou a atenção que quase 60% dos sentimentos de LGBTs perante seus colegas foram positivos. Por exemplo, 23% de sentem respeitados e 15% sentem igualdade. Sentimentos como empatia, orgulho e solidariedade também foram citados. Mesmo assim, 6% ainda se sentem inseguros e 4% sentem desconfiança, além de outros 4% sentirem desrespeito.
Para baixar o Observatório sobre Empregabilidade LGBT completo basta clicar no link.