Em novembro do ano passado fizemos uma matéria sobre a corrida para o casamento gay com a vitória de Bolsonaro nas eleições. O que parecia uma tendência foi confirmado pelas Estatísticas de Registro Civil, divulgadas pelo IBGE hoje cedo.
Enquanto o número total de casamentos caiu 1,6% em todo Brasil, comparado com o ano anterior, os casamentos gay aumentaram teve um crescimento impressionante de 61,7%. Boa parte desse resultado se deve justamente ao período final de 2018, quando o medo do atual governo causou um boom na busca dos cartórios.
Desde 2013, uma decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) garantiu o direito ao casamento gay civil. Naquele ano foram registrados 3.7 mil uniões civis de pessoas do mesmo sexo em todo país. Nos quatro anos seguintes a média aumentou para 5.4 mil casamentos gay. Em 2018 o número saltou para 9.5 mil.
No fim do ano passado, em entrevista ao Gay Travel and Fun, o psicólogo João Burnier e o fotógrafo Henrique de Paiva revelaram que anteciparam os planos do casamento por conta da eleição de Bolsonaro: ” Na manhã seguinte de definido os resultados das eleições, fomos ao cartório ver quais eram os papéis necessário para dar entrada no casamento e na quinta-feira da mesma semana já fizemos os trâmites necessários”.
Como falamos anteriormente, o fim de ano foi decisivo para esse números altos. Até agosto de 2018 o número de casamentos gay registrados no Brasil se manteve estável. Em setembro e outubro, durante o período eleitoral, já houve um pequeno aumento. A média até então era de 546 casamentos gay por mês. Mas, nos meses seguintes a vitória de Bolsonaro o crescimento foi visível, com uma explosão em dezembro de 2018, quando os números foram cinco vezes maior que a média mensal (3.098 registros).
É idiotice concluir que, “por medo de Bolsonaro”, os gays resolveram se casar. Errado. Por babaca que seja, e é, Bolsonaro não impõe medo em ninguém e tudo continua continua como antes.