Mesmo com as empresas percebendo a importância da diversidade, LGBTs ainda são alvos de piada no trabalho. É o que revela uma pesquisa do Statics Canada, departamento do governo federal canadense encarregado de produzir estatísticas sobre a população.
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Segundo informações do levantamento, quase metade (44%) dos LGBTs que trabalharam em algum momento nos últimos 12 meses relataram que experimentaram comportamentos inadequados no trabalho durante esse período. O dado é exatamente o dobro quando o recorte é de heterossexuais (22%).
Ainda, segundo os dados divulgados pelo departamento canadense, as mulheres sofrem mais com esse tipo de comportamento – 49% entre as queers e 28% das heterossexuais mulheres, contra 35% dos homens queer e 16% dos heterossexuais.
A piada no trabalho foi o comportamento mais citado entre os pesquisados. Três entre dez mulheres LGBT (33%) relataram escutar piadas no trabalho quanto a sua sexualidade. Já entre os homens queer esse número é de 19%.
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É assustador ainda perceber que mais de um quarto das mulheres LGBT relataram ter experimentado contato físico indesejado (28%), atenção sexual indesejada (27%) e sugestões que não agem como uma mulher deveria agir (26%). Se comparados a mulheres heterossexuais a diferença é absurda: 13% para contato físico, 14% para atenção sexual e 7% sobre como agem.
Entre os homens LGBT, depois das piadas, a atenção sexual indesejada é a mais relatada (15%), seguido de sugestão que não agem como um homem devem agir (12%) e contato físico indesejado (11%). No recorte de heterossexuais os números são todos na casa dos 4%.
A orientação sexual foi motivo de insulto ou exclusão no trabalho para 11% dos LGBTs entrevistados. Esse comportamento motivado pelo gênero também é maior nesta população, principalmente mulheres. Um quinto das mulheres queer (20%) confirmaram ter passado por essa situação, contra 10% das heterossexuais. Entre os homens o número é de 6% entre os LGBTs e 3% entre os heterossexuais.