É consenso o impacto da vacinação no turismo. Isso não é diferente quando falamos do viajante LGBT e o ritmo de vacinação de cada região impacta diretamente nos números dos planos desse segmento, como comprovou pesquisa divulgada pela IGLTA – Associação Internacional de Turismo LGBT – hoje (27/05).
Leia também: IGLTA reforça time no Brasil com chegada de Leandro Aragonez
A esperança em fazer uma viagem de férias aumentou com a chegada da vacina. Se no ano passado 66% dos entrevistados planejavam viajar até o final daquele ano, a pesquisa de 2021 revelou que 73% planejam uma viagem de férias até dezembro deste ano.
Mas, ao contrário do otimismo no recorte mundial, os números brasileiros tiveram um recuo. Com o baixo percentual da população já vacinado, o impacto da vacinação no turismo fica evidente. Apenas 60% dos turistas brasileiros acreditam que farão uma viagem de férias ainda este ano. No início de 2020, quando a pesquisa do ano passado foi realizada, o número era de 64%.
A retomada do turismo depende claramente do avanço da vacinação. O setor precisa pressionar para que o ritmo no Brasil seja acelerado para que possamos recuperar os tempos complicados que todo o setor atravessou.
Ricardo Gomes, Presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, comenta a diferença no otimismo dos recortes mundial e brasileiro da pesquisa
Chama a atenção também que o recorte mundial mostra que a retomada do setor está próxima. Os meses de maio e junho apareceram como os que o turista LGBT mais vai viajar (12% cada). Mais uma vez, o atraso na vacinação no Brasil impacta no resultado, com dezembro sendo o mês em que os turistas brasileiros estão planejando viajar (14%).
O impacto da vacinação no turismo acontece até quando há a decisão de viajar. Enquanto a maioria (58%) dos viajantes no recorte mundial pretendem se hospedar em hotéis, no recorte brasileiro esse número é de apenas 44%, com o turista brasileiro priorizando casas de aluguel ou que já tenham para descansar.
A economia brasileira está em baixa, sem grande ajuda do governo federal. Com isso os brasileiros estão buscando diminuir custos, dividindo com a família ou grupos de amigos uma viagem mais econômica financeiramente.
Clovis Casemiro, representante da IGLTA no Brasil, também alerta para o baixo aporte financeiro dado pelo governo brasileiro como outro fato de impacto na expectativa de retomada do turismo
As viagens domésticas continuam sendo o destaque. Dos que pretendem viajar este ano no mundo, 68% deverão ficar dentro do próprio país (52% no recorte brasileiro). Os voos de longo distância, acima de 6 horas, continuam sendo os menos planejados (26%), seguidos por voos entre 3 e 6 horas (36%) e os voos com menos de 3 horas de duração (50%).
Os eventos LGBTI+ continuam sendo os grande motores do desejo em viajar, com 43% dos entrevistados que vão viajar indo para algum. Tirando esse tipo de viagem, um planejamento mais exclusivo ganhará força, já que apenas 25% afirmam que pretendem fazer uma viagem grupo.