Um garoto de oito anos em dúvida sobre qual gênero de enquadra. Essa é a história de “Estranho Ímpar”, filme sobre não binário que está disponível na plataforma de streaming TodesPlay.
Inspirado no poema “Todo ser humano é um estranho ímpar”, de Carlos Drummond de Andrade, o filme dirigido por Beto Oliveira narra o dilema de uma criança em dúvida sobre qual opção de gênero colocar em uma atividade escolar, por não se enquadrar em feminino ou masculino.
Quando o garoto decide assinar com um X, a professora relata o acontecimento e a mãe se sente pressionada a querer que seu filho se reconheça no gênero masculino.
O filme sobre não binário se passa em 1986 e mostra uma classe de estudantes juvenil debatendo sobre questões cotidianas, evidenciando que crianças são apenas crianças. O curta de 15 minutos mostra o o despreparo que os adultos têm para guiar os jovens nesse momento tão confuso e assustador.
Esse núcleo familiar me fez refletir sobre como essa jornada de descoberta também se mostra um desafio para os pais, afinal eles precisam ao mesmo tempo enfrentar seus próprios tabus e oferecer amparo aos seus filhos
Ana Caroline Brito, responsável pela curadoria na plataforma TodesPlay, fala sobre “Estranho Ímpar”
“Estranho Ímpar” é uma obra que deve ser vista por todos os adultos que têm filhos, já que traz uma reflexão sobre inclusão e respeito à diversidade. Segundo Ana Caroline Brito, responsável pela curadoria da plataforma de streaming, o trabalho de direção foi sensível em conseguir trazer o universo infantil de uma forma cuidadosa. “O filme não é guiado somente pelo diálogo e os silêncios se mostram tão necessários para entendermos o que se passa na cabeça daquelas crianças”, descreveu.
Com classificação indicativa de 10 anos, o filme sobre não binário está disponível na TodesPlay, plataforma de streaming voltada para exibição de conteúdo identitário, dando prioridade a produções audiovisuais negras, LBGTQ+ e indígenas.