É inacreditável que seja preciso uma pandemia para que se mude a regra de doação de sangue gay. Mas é fato que foi a pandemia do novo coronavírus que fez a FDA, agência de saúde norte-americana, mudasse a regra que na prática excluía quase que totalmente a doação por parte da comunidade.
Como explicamos recentemente, além da baixa no estoque de sangue por conta do isolamento social, a regra de doação de sangue até então em vigor prejudicava até os estudos da Terapia com Plasma Convalescente no tratamento da Covid 19 (clique no link para saber mais detalhes).
Agora, a FDA reduziu de 12 para 3 meses o período sem relação sexual que um homem gay precisa para doar sangue. Mas, apesar da redução, a manutenção de um tempo de celibato ainda é considerado por muitos uma forma de discriminação. Apesar de comemorar o avanço, organizações como a GLAAD afirmam que continuarão a pressionar a entidade até que a proibição seja totalmente suspensa.
O requisito de celibato ainda discrimina irracionalmente homens gays, colocando um requisito neles sem impor esse mesmo requisito a pessoas heterossexuais sexualmente ativas
Scott Weiner, senador democrata na Califórnia, ao comentar a decisão do FDA
A política de suspensão de doação de sangue gay data de 1983, devido a epidemia de AIDS. Na época, homens gays eram considerados grupos de risco. Em 2015, sob o governo Obama, a proibição deixou de existir, mas com a regra de abstinência sexual de 12 meses para a doação. Atualmente já se sabe que não existe grupo, mas sim comportamento de risco, e que o avanço da ciência torna essa regra totalmente desnecessária e preconceituosa.