Escolher um destino para curtir as suas merecidas férias é um dos maiores prazeres para qualquer pessoa. Já para o turista LGBT, esse sentimento vem acompanhado da preocupação em entender se será bem acolhido. Por isso, além de pesquisar sobre roteiro LGBT, muitos viajantes se aprofundam sobre a garantia de direitos a esta comunidade no país, além de entender como está o clima a respeito no momento da viagem.
Nesse sentido a Polônia está começando a chamar a atenção como um destino não seguro, graças a uma nova onda crescente de sentimento e protestos anti-LGBT. Apesar do avanço em relação aos direitos LGBT dos últimos anos, acontecimentos recentes preocupam não só a comunidade local como os turistas que poderiam escolher o país como destino para a sua viagem.
No último dia 20 de julho, acontecia a pela primeira vez na cidade de Bialystok, no norte do país, uma Parada do Orgulho LGBT local, quando as cercas de 800 pessoas que participavam da marcha foram surpreendidas por grupos de extrema direita. Foram usadas pedras, garrafas e até fogos de artifício contra os participantes da parada, gerando conflito entre os dois grupos. Mesmo com a intervenção da polícia, o cenário era de guerra.
Essa não foi a primeira vez que uma Parada do Orgulho LGBT acabou marcada pela violência na Polônia. Em outubro do ano passado, a cidade de Lublin também viu confrontos após manifestantes de direita atacarem a marcha que tinha sua primeira edição na cidade.
País muito ligado a Igreja Católica, a Polônia teve avanços nos últimos anos sobre direitos LGBT. Porém, proteções legais sobre identidade de gênero, adoção, entre outros parecem longe de ser garantidos. Recentemente bispos da Igreja Católica atacaram a empresa sueca Ikea por ter demitido um funcionário que fez comentários homofóbicos.
O debate sobre os direitos LGBT estão mais acalorados com a proximidade da eleição. Jaroslaw Kaczynski, líder do partido governista conservador, chegou a chamar os direitos gays como uma “ameaça”, em abril deste ano. No início deste mês, várias comunidades polonesas se autodenominaram “livres da ideologia LGBT” e o jornal conservador Gazeta Polska distribui adesivos para demarcar “zonas livres de LGBT”.
Estamos lidando com um ataque direto à família e às crianças, a sexualização de crianças, de todo o movimento LBGT .
Jaroslaw Kaczynski sobre os direitos LGBT na Polônia