O Festival Mix Brasil 2020, entre 11 e 22 de novembro, terá boa parte da programação online e gratuita. Mas, alguns eventos terão público presencial e reduzido e com todos os protocolos de segurança. Este ano serão exibidos 101 filmes de 24 países; 6 espetáculos teatrais inéditos, shows com “Linn da Quebrada”, “Jaloo”, “Martte” e “Bia Ferreira”; literatura; laboratório audiovisual; mesas sobre temas relevantes para comunidade lgbtqia+; artes visuais e o Show do Gongo com a Marisa Orth.
O evento abrirá no dia 11/11, quarta-feira, às 20h, com uma cerimônia totalmente online, que contará com um pocket show da cantora Linn da Quebrada seguido da exibição do premiado filme argentino, inédito no Brasil e selecionado para a seção Panorama do festival de Berlim, “As Mil e Uma” de Clarisa Navas, que ficará disponível na plataforma do Festival a partir do término do show.
A programação de longas do festival Mix Brasil 2020 exibirá títulos que fizeram parte da Seleção Oficial dos Festivais de Berlim, Veneza, Toronto, Sundance, Cannes e OutFest. Inéditos no Brasil, os destaques são “The World to Come” (EUA) de Mona Fastvold que conta com Vanessa Kirby (The Crown); “I Carry You With Me” (EUA, México) de Heidi Ewing, vencedor do prêmio do público em Sundance; “Saint-Narcisse” (Canadá) do enfant-terrible Bruce LaBruce; “Lingua Franca” (EUA, Filipinas) de Isabel Sandoval, melhor filme do Queer Lisboa deste ano; “Verão de 85” (França) de François Ozon, “Suk Suk” (Hong Kong, China) de Ray Yeung Pak; “Shiva Baby” (Canadá) comédia de Emma Seligman; “Cured” (EUA) de Bennett Singer, Patrick Sammon, ” A Morte Virá e Levará Seus Olhos” (Chile) de José Luis Torres Leiva, “A Cidade Era Nossa” (Países Baixos), de Netty van Hoorn, documentário sobre o movimento lésbico holandês nos anos 70, entre outros.
Já a Mostra Competitiva de filmes nacionais deste ano reúne 9 títulos, a maioria fará a sua première nacional no Festival. Os selecionados são: “A Torre”, de Sérgio Borges (MG); “Alfabeto Sexual”, de André Medeiros Martins (SP); “Limiar”, de Coraci Ruiz (SP); “Mães do Derick” de Dê Kelm (PR); “Meu Nome É Bagdá” de Caru Alves de Souza (SP); “Para Onde Voam as Feiticeiras”, de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral (SP); “Valentina” de Cássio Pereira Dos Santos (MG/DF); “Vento Seco”, de Daniel Nolasco (GO) e “Vil, Má”, de Gustavo Vinagre (SP).
O Mix Music apresenta nesta edição online, shows viscerais, ao vivo, com artistas importantes da cena LGBTQIA+. Linn da Quebrada, cantora, atriz, travesti e ativista que tem alcançado e conquistado territórios em outros países com sua performance combativa, faz o show de abertura do festival no dia 11/11 às 20h30; Martte, cantor e compositor de pop soul, considerado uma das grandes apostas do mercado fonográfico nacional, se apresenta no dia 14/11 às 20h; Bia Ferreira, multi-instrumentista, cantora e compositora que conceitua sua arte como MMP: Música de Mulher Preta, faz seu show no dia 20/11 às 20h; Jaloo, cantor e compositor com a missão de dialogar com o seu tempo e de expressar as mazelas e alegrias de suas experiências, faz o show de encerramento do festival no dia 22/11 às 20h.
A parte teatral do Festival Mix Brasil 2020 traz a primeira edição do prêmio Dramática. Seis textos inéditos, selecionados a partir de um edital, concorrerão ao Coelho de Ouro (Prêmio do Júri) e Coelho de Prata (Prêmio do Público). As apresentações, que seguirão todos os protocolos sanitários, serão ao vivo com presença de público limitado no Centro Cultural da Diversidade e transmitidas para todo o país. Os concorrentes são “Wonder! Vem pra Barra Pesada!” de Rafael Carvalho e Wallie Ruy, espetáculo do teatro Oficina inspirado na trajetória de Claudia Wonder; “Meta-Me – um Dossiê de Ode ao Júbilo”, solo de Bruno Canabarro sobre amor próprio e paixão homoerótica; “MINI-BIUs, BILs, BIOs”, com Andreya Sá e Carlos Jordão e direção de Marina Mathey, repleto de referências pops revisitadas por corpos dissidentes; “O Armário Normando”, que explora as manifestações da pornografia com direção e performance de Janaina Leite e André Medeiros Martins do Grupo XIX ; “Rainha” de Guilherme Gonzalez e atuação de Sérgio Rufino, sobre um septuagenário que decide concorrer ao título de rainha da bateria, e um manifesto de um homem que vive com HIV de “Vírus Manifesto – Onde Estão os Meus Chinelos?!…” de Davi Parizotti e direção de Thiago Sak.
No momento em que o distanciamento social é necessário, o Show do Gongo será transmitido online e ao vivo no dia 16 de novembro direto do Centro Cultural da Diversidade para todo o Brasil, quiçá para o mundo. A dinâmica continua a mesma, onde desapegados realizadores apresentam seus vídeos para o julgamento do público do Mix Brasil, cabendo à fabulosa Marisa Orth gongar ou não.
O Mix Literário, que conta com curadoria de Alexandre Rabello, chega a sua terceira edição no Festival Mix Brasil 2020, trazendo mesas com a participação de nomes fundamentais do mercado editorial nacional, autores e editores que discutem o lugar da comunidade LGBTQIA+ na produção literária. Entre os destaques estão “Transmasculinidades em pauta e livro” com Luiz Fernando Prado Uchôa e Jordhan Lessa; “Djuna Barnes para além das divisões binárias” com Beatriz RGB; “Olhares queer nordestinos” com Itamar Vieira Junior e Marco Severo; “Narrativas antiajuda: saúde mental na literatura queer” com Francisco Mallmann, Mike Sullivan, Natalia Borges Polesso e Maya Falks. O evento também lança, em parceria com a editora Reformatório, o prêmio Caio Fernando Abreu de Literatura, destinado à publicação em livro inédito focado na diversidade, além de premiar com o troféu Coelho de Prata uma obra publicada em livro físico entre outubro de 2019 e setembro de 2020, cuja narrativa se relacione a vivências e questões específicas da comunidade LGBTQIA+
O Mix Talks, com produção de Gustavo Koch e mediação de Ali Prando, que também são co-curadores do evento, promove a sexta edição da Conferência que ganha nova roupagem com o objetivo de aproximar o público de discussões muitas vezes restritas a ambientes acadêmicos. A lista reúne convidados como as cantoras Jup do Bairro e Marina Lima e o ativista Victor Di Marco, personalidades como Erika Palomino, atual diretora do Centro Cultural São Paulo (CCSP), e Daniel Nolasco, diretor do longa metragem “Vento Seco” (2020). Ao todo, 18 convidados vão se revezar nas conversas. Entre os temas, questões como decolonialidade na arte, a cultura ballroom e até mesmo a cantora Madonna, que inspira um painel sobre envelhecimento e mídia. “Se Toque: O Corpo Feminino Além da Erotização”, mesa de feminismo que tem a curadoria e produção de Vanessa Siqueira e mediação da Bárbara Falcão, com Gabriela Garcia, Gaia Qav e Márcia Zuliane, completa a programação.
Uma série de fotografias em grandiosos lambe-lambes, desenvolvidas pelo artista, Felippe Moraes, com o gesto da Figa, identidade visual da 28ª edição do Mix, que pela primeira vez não tem uma palavra como tema, estará em exposição espalhada por diversos centros culturais de São Paulo como CCN (Centro de Culturas Negras – Mãe Sylvia de Oxalá), CCJ(Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso) e CCD (Centro Cultural da Diversidade) e Vila Itororó. A exposição gratuita, que abre dia 14 de novembro e vai até 23 de dezembro, das 11h às 15h, traz este símbolo europeu que se fundiu aos cultos de terreiro, disseminando-se popularmente como amuleto de proteção contra forças destrutivas.
Toda a programação online do Festival Mix Brasil 2020 de Cultura da Diversidade poderá ser acessada gratuitamente pelo site mixbrasil.org.br.