Ao contrário do que argumentavam os defensores da manutenção da restrição de doação de sangue gay, uma pesquisa comprovou que não houve alteração na taxa de HIV nos bancos de sangues com a mudança das regras.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco (EUA), analisaram dados sobre doadores de sangue pela primeira vez e comprovaram que não houve alteração significativa nos registros de HIV+ detectados no teste prévio.
Em análise de 15 meses antes e 12 meses depois da alteração da regra norte-americana da proibição universal de doação de sangue por gays e bissexuais para uma nova que limitava para doadores que não tiveram sexo com homens no último ano, foi revelada que a incidência de HIV+ entre os doadores de primeira vez mudou de 2,62 para 2,85 em cada 100 mil.
Apesar do aumento, o número pequeno da média é considerado “não significativo estatisticamente”. O número comprova o que muitos especialistas pregam: não há mais motivo para qualquer restrição de doação de sangue gay, uma vez que os testes são comprovadamente eficientes para afastar a possibilidade de contaminação.
Cabe ressaltar que desde abril deste ano, pressionado pela baixa nos estoques de sangue por conta da pandemia da Covid-19, o FDA, agência de saúde norte-americana, mudou novamente a regra. Mas, apenas reduziu o período para 3 meses sem sexo com homens para que gays e bissexuais possam doar.
Em carta aberta, mais de 500 médicos e especialistas escreveram ao FDA pedindo que fosse extinta qualquer restrição baseada na orientação sexual do doador.
Felizmente, podemos testar o HIV de maneira confiável usando testes baseados em antígenos e manter a segurança do suprimento de sangue dos EUA
Carta aberta de médicos e especialista pedem ao FDA o fim da restrição para doação de sangue gay e bissexual masculino.
No Brasil, em maio deste ano, o Supremo Tribunal Federal derrubou a proibição de doação de sangue baseada na orientação sexual. Apesar da decisão da suprema corte, na prática a medida só foi adotada pelos hemocentros brasileiros mais de um mês depois. Mesmo assim, nossa atual norma é mais avançada que a dos Estados Unidos.