Uma pesquisa da OutLife confirmou o que já era esperado. A depressão e ansiedade nos LGBTI+ aumentaram por conta do isolamento social imposto para frear a disseminação da Covid-19.
Segundo o levantamento, quatro em cada cinco dos entrevistados relataram uma queda na saúde mental durante o isolamento social. A depressão e ansiedade nos LGBTI+ aumentaram de forma substancial. Antes do confinamento 24% relatavam se sentir deprimidos com muita frequência, saltando para 43% durante a pandemia. A ansiedade afetava 34% antes da quarentena e agora e agora chega a 50%.
Essa preocupação já havia sido levantada pelo The Travor Project, que atua nos Estados Unidos na prevenção do suicídio de jovens LGBTI+, que afirma ter observado um aumento no número de procura por auxílio. Uma realidade que o próprio OutLife já enfrentava antes da pandemia, dando suporte emocional a mais de 50.000 LGBTI+ por mês.
Os números preocupam especialmente na faixa mais nova da população LGBTI+, com 63% dos menores de 18 anos entrevistados apresentando sensação de solidão e isolamento durante o período da quarentena. A sensação de depressão e ansiedade nos LGBTI+ dessa faixa etária está diretamente relacionada a insegurança que muitos sentem dentro da própria casa.
Segundo levantamento do OutLife, 15% de todos os entrevistados 15% sofreram violência durante o confinamento. Isso ocorre de forma ainda maior entre a comunidade negra e asiática, que segundo o levantamento estão duas vezes mais propensos em sofrer abusos físicos que os brancos.
Ian Howley, diretor executivo da LGBT HERO (a organização controladora da OutLife) acredita que é preciso repensar como ajudar a questão da depressão e ansiedade nos LGBTI+, encontrando maneiras de dar suporte inclusive aos que chegam a sofrer abusos físico e emocional.
Precisamos ser capazes de apoiar aqueles que sofrem de problemas de bem-estar mental, se sentem isolados ou sozinhos e aqueles que estão em situações perigosas de vida. Mas não é só agora. O impacto desse vírus provavelmente terá problemas de saúde e bem-estar a longo prazo.
Ian Howley, diretor executivo da LGBT HERO
Por isso, para ele é importante continuar o monitoramento após esse período de isolamento social. Ele lembra ainda a importância dos governos investirem nessas organizações que fazem o atendimento na ponta, como forma de garantir o acesso a quem precisa.