Transformar e trazer todo o orgulho e representatividade através do trabalho de artistas LGBT. Esse é o intuito do concurso “Arte na Rua”, que anunciou os nove finalistas que vão para voto popular.
Selecionados através de criações enviadas e avaliadas pelas curadoras Penelopy Jean e Panmela Castro, os finalistas LGBT agora estão no site do evento para votação popular. O processo de escolha levou em consideração critérios como diversidade e representatividade, originalidade, criatividade e técnica.
O vencedor do concurso irá pintar uma empena e os demais finalistas irão pintar murais em diversos locais da cidade. O resultado será divulgado no dia 01/11. O concurso é realizado pela Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo por meio do Programa de Ação Cultural – ProAC ICMS e patrocinado pelo C6 Bank.
Finalistas
Para conhecer um pouco mais sobre os artistas LGBT finalistas no concurso de street art confira abaixo uma apresentação de cada:
Andy Alvez (@andyalvez) – A trajetória do artista Andy Alvez é muito ligada ao lugar onde nasceu e cresceu, a cidade de Pedro II, sertão do Piauí, um lugar com muitos sítios arqueológicos e uma cultura muito ligada ao artesanato. Andy cursou a graduação em Artes na UFPI, fazendo até metade, quando decidiu seguir seu caminho como um artista independente em São Paulo, lugar em que se conheceu mais profundamente como artista, estudou, captou referências e desenvolveu sua própria linguagem. O artista considera que seu trabalho se consolidou em cima dessa sinergia entre o sertão e a metrópole.
Ant Maria (@antmaria) – A artista Maria Luiza Queiroga, que atua pelo nome Ant Maria, sempre esteve no mundo das artes por meio do desenho, mas seu primeiro contato com a lata na rua foi com 22 anos. Ela começou suas criações utilizando a técnica do stencil, e em pouco tempo passou a tirar seus desenhos do papel para as paredes usando rolinhos e pincéis. Atua nas áreas de direção de arte e design gráfico desde 2009, além de sua produção no grafite.
Bred (@brednatella) – O artista começou sua trilha na arte em 2017 expondo em pequenos eventos noturnos pelo centro da cidade de São Paulo. Em seu trabalho ele busca dar ênfase para a negritude, sexualidade e para a intimidade, além dos dilemas simbólicos envolvidos nas múltiplas formas de dar sentido enquanto “existência”.
Guideki (@guideki) – Para o artista mineiro Guilherme Batista, trabalhar com desenho e com a arte como um todo sempre foi um sonho e cursar a faculdade de Design Gráfico, voltado para a área de comunicação, foi muito importante para sua trajetória como artista. Foi a partir desse desejo que Guideki se juntou a outros três amigos e criou o Estúdio Farândola, que até hoje atende demandas criativas e artísticas em Uberlândia e região. Guideki acredita que seu trabalho deve ser plural e popular, livre de regras, cheia de cores e despretensiosa.
INDJA (@indja_4) – A artista Indja, nome artístico de Gabriel Silva, é indígena das etnias kariri e Paicus, não binária e LGBTQIA+. O seu processo de descolonização histórica se reflete na sua arte que tem como principal objetivo visibilizar seus ancestrais e sua história. Graduada no curso de licenciatura em Artes Visuais a Universidade Regional do Cariri (URCA), a artista atua em diferente projetos atualmente, explorando as suas diferentes formas de arte: Raiz, com pintura de murais, CORPOEMDESOVA, com performances, Parente, com pinturas de costituição Familiar Indígenas, é atuante no Centro de Artes – @quebradaculturalt, constituinte de arte no grupo de performances LGBTQIA+ @vand4las e diretora visual do “Grupo de Teatro Cínicas”.
Irmãos Credo (@irmaoscredo) – A dupla Irmãos Credo é formada pelos irmãos Isadora e Jesus Credo. Começaram na arte desde muito cedo, a cultura popular do interior de Goiás, as festas religiosas e seus ritos sempre estiveram presentes no meio de ambos.
Os Irmãos Credo colocam sua arte entre o sagrado e o profano, imersos na cultura popular das famílias mais humildes do interior de Goiás, buscando contar uma história e protagonizar o povo preto, fazenndo parte do movimento afrotuturista brasileiro.
Maíra Pereira Makimaya (@kiymai) – Natural de Ubatuba, São Paulo, Maíra se mudou para Pelotas, no Rio Grande do Sul, quando fez sua graduação em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pelotas. Desde o início do curso, a artista faz parte de projetos e pesquisas direcionadas ao mundo artístico como um todo, adentrando nesse universo também academicamente.
Quanto ao seu trabalho, os principais temas abordados são questões de identidade, carne, palavra, materialidade e a mestiçagem de linguagem, refletindo sua realidade como uma brasileira amarela, descendente de japoneses.
Nina Satie (@ninasatie) – É artista multimídia e trabalha as expressões da auto-imagem e autoficção, em sua poética visual. Através de seus trabalhos busca reivindicar suas percepções de identidade como expressões múltiplas, através da interconexão das representações imagéticas do próprio “self”, permeado por suas mitologias pessoais circundadas pelos vetores de raça, gênero, tempo, espaço e sexualidade.
Wanatta (@wanatta_streetart) – Grafiteira e artista visual, imprime questões étnico-raciais e a representatividade feminina em seu trabalho artístico. Ela faz do grafite uma ferramenta de afirmação da identidade negra e periférica, mesclando técnicas que usam pastel seco, pastel oleoso e tinta spray sobre tela. Suas criações podem ser vistas nos muros de BH, principal forma que Wanatta Rodrigues usa para nos presentear com seu olhar sensível.