Banida da Olimpíada pelo escândalo do caso sistemático de doping com apoio do governo, a Rússia está transmitindo os Jogos Olímpicos Tokyo 2020 e as TVs locais estão fazendo ataques LGBTfóbicos contra o que é a mais diversa edição olímpica.
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A cobertura da TV russa acontece porque seus atletas continuam competindo, graças a uma brecha dada pelo Comitê Olímpico Internacional. Os atletas estão representando o Comitê Olímpico da Rússia (como se fosse grande diferença) e não há o hino russo nas competições.
Mas o que era pra ser apenas mais uma cobertura de uma das potências olímpicas e seus atletas se transformou em um show de horrores com ataques LGBTfóbicos. Segundo a BBC os canais de TV estatais do país estão abrindo espaço para demonstrações de preconceito.
Rossiya 1, um canal estatal favorecido por Putin, teria como alvo principal o britânico Tom Daley e a halterofilista trans Laurel Hubbard, da Nova Zelândia. Em um dos seus programas um membro do parlamento russo apareceu dizendo que estava “enojado” por gays e pessoas trans na Olimpíada.
A segunda emissora mais assistida da Rússia, o Canal Um, apresentou mais comentários anti-LGBT +, com o apresentador do Time Will Tell, Anatoly Kuzichev, chamando as pessoas trans de “psicopatas”.
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Questionado pela reportagem da BBC, o Comitê Olímpico Internacional afirmou que estava entrando em contato com a emissora oficial russa, um dos dois canais em questão, para “expressar sua preocupação” e que estão “fazendo o acompanhamento adequado”.
A forma leve como o COI internacional tratou o caso sistemático de doping russo mostra que a entidade dificilmente faria algum tipo de sanção à Rússia por conta da LGBTfobia explícita na transmissão na TV.