Em uma live da Bancada do Livro, com Fábio Porchat como convidado, o ativista Eliseu Neto levantou um questionamento: Qual o limite do humor? A resposta do humorista de que pode fazer piada preconceituosa, mas não deveria, suprendeu.
Usando como argumento a liberdade de expressão, Porchat afirmou que ele escolheu não fazer mais esse tipo de piada, mas que acredita que não se pode proibir a mesma.
A sociedade tinha que evoluir e se educar a tal ponto que ela decidisse não querer fazer esse tipo de piada.
Fabio Porchat defende em live que não deve haver proibição de nenhum tipo de piada
Apesar de deixar claro em seu posicionamento que é contra esse tipo de humor, Porchat ao defender o que ele chama de “liberdade de expressão” esquece, como alertou Eliseu Neto, que no Brasil o Supremo Tribunal Federal decidiu que a liberdade de expressão acaba quando fere a dignidade humana.
Lembrando o caso de piadas transfóbicas, Eliseu alertou que, por exemplo, essa população tem uma expectativa de vida de menos de 40 anos e afirmou que o humor não pode criar um campo de ódio.
O humor não mata diretamente, mas afia as lanças que vão matar essas pessoas.
Eliseu Neto defende um limite para o humor
Em entrevista ao nosso site, Eliseu disse que entende o ponto de vista do Porchat, que acha que as pessoas tem que ser educadas a ponto de pensar porque vão rir do assunto. Mas, ficou assustado quando o convidado falou da falta de limite. “Eu não acredito em nada sem limite”, disse.
Eliseu ainda destacou que esse tipo de limite precisa ser imposto já que não podemos achar que chegaremos a essa “sociedade ideal igualitária” de forma fácil.
A gente elegeu o Bolsonaro. Ele ia no CQC, em programas de humor, falar as barbaridades dele e alguém achava graça. Então a gente tem que dar um limite.
Eliseu lembra que piadas acabam legitimando determinados pensamentos
O ativista lembra que a homotransfobia mata. “Quem faz essa piada, depois o cara está lá e todo aquele arsenal de piadas, de humor, de aquilo que alguém riu vai ser lembrado e vai pesar”, ponderou Eliseu.
Para ele é preciso pensar em um limite para o humor, já que muita gente não terá essa clareza de entender que aquele tipo de piada não cabe mais e nem faz sentido.
Exelente conteúdo!
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