Um esforço de anos em todo mundo busca a cura da Aids. Se até agora apenas dois casos de pacientes curados eram apresentados pelo mundo e com perspectivas baixas de aplicação nos demais pacientes, o caso anunciado de “cura da Aids” no Brasil fez o mundo científico se animar com uma possibilidade mais promissora.

Para entender o que esse caso tem de diferente, é preciso lembrar que os primeiros casos de cura da Aids, anunciados em Berlim e Londres, tiveram em comum um transplante de medula óssea como parte de tratamento para câncer como fator decisivo. O complexo e arriscado método não pode ser replicado em pacientes que não precisam passar pelo procedimento.

Por isso, apesar de um importante avanço sobre pesquisas da cura da Aids, os casos anteriores ainda demandariam uma complexa adaptação para ser aplicada a todos os pacientes HIV+, sem garantia até hoje se haveria essa possibilidade. Já o estudo anunciado no fim de semana, aqui no Brasil, mostra um caminho que a priore é mais facilmente aplicável.

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O caso apresentado pelos pesquisadores da Unifesp utilizou combinações de remédios variados e uma vacina produzida com base no DNA do próprio paciente. O resultado apresentado foi de um paciente que após viver 7 anos com o vírus consegui eliminar o HIV do seu organismo. Segundo as primeiras informações ele está há 17 meses sem sinal do micro-organismo. Mas os próprios pesquisadores brasileiros lembram que é preciso estudar mais o paciente antes de afirmar que ele está curado.

Não pudemos procurar no corpo inteiro, mas pelas melhores evidências, não temos células infectadas. É algo promissor.

Dr. Ricardo Diaz, que liderou a pesquisa de cura da Aids no Brasil

É importante ressaltar que o tratamento é feito de forma individual, sob demanda para cada paciente. Além disso, outros pacientes foram submetidos ao mesmo tratamento e não apresentaram a “cura da Aids”. Por isso, para Andrea Savarino, do Instituto de Saúde da Itália, é altamente provável que o resultado não possa ser reproduzível.

Mas, por outro lado, em entrevista ao site Queerty, Savariano se mostrou empolgado ao classificar o caso como “extremamente interessante” e que poderá impulsionar mais pesquisas pela cura da Aids. Como não requer uma intervenção tão complexa quanto transplante de medula óssea, a pesquisa é considerada um importante avanço na busca pela cura da Aids por mostrar a possibilidade de um caminho “mais simples”.

Porém, apesar do resultado promissor, para alegarmos estar diante do que pode ser a cura da Aids é preciso desenvolver novas fases da pesquisa, como, por exemplo, a aplicação em mulheres (até agora a pesquisa foi realizada apenas com homens).

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