O tema não é novo (não mesmo) e sempre volta a ser destaque por conta de polêmicas. Para responder se você deve ou não fazer banheirão (é possível ditar essa regra?) vamos tocar no assunto abordando questões práticas.
Primeiro é preciso contextualizar de forma história como surgiu o banheirão. Há mas de um século ser gay era crime em boa parte do mundo (inacreditável que em parte ainda continue sendo). Era quase impossível levar um namorado ou pegação para dentro da casa da família. Frequentar motel ou pedir cama de casal para dois homens em hotel era impossível.
Foi nesse contexto que espaços de pegação foram criados. E dentre os espaços públicos usados para isso, alguns eram considerados mais seguros (ou menos inseguros, melhor dizendo) para a prática, por conta da baixa fiscalização. Como banheiro é um espaço que já exige uma etiqueta de não invasão da privacidade, acabou se tornando um dos mais procurados por oferecer mais possibilidade de não ser importunado. Surgia assim o banheirão.
Embora hoje a liberdade dos gays para se relacionar é maior, ao menos nos grandes centros urbanos, frequentar um ambiente privado para fazer sexo não é mais problema. Muitas vezes nem mesmo fazer isso dentro da casa dos familiares. Mesmo assim, a prática da pegação em local público continua. O que explica esse fenômeno?
Primeiro é preciso lembrar que existe uma diferença entre flerte e o ato em si. O que chamamos de banheirão é a prática de algum ato sexual, seja masturbação, sexo oral ou completo. Explicado isso, cabe ressaltar que tal prática era e continua sendo ilegal, com pena de 3 meses a 1 ano de reclusão mais multa. Praticar sexo ou atos libidinosos em espaços públicos é crime.
É fato que o risco gera tensão e tesão em muita gente. A possibilidade se ser pego é um dos fatores motivacionais para a prática. Somado também ao fato da oportunidade ser naquele momento apenas, muitas vezes somada a tensão sexual que pode ser prévia ou ser criada a partir do flerte.
Porém, não é só a questão penal que está envolvia na prática do banheirão. Existe uma questão social que precisa ser levantada, sem falso moralismo. Como destaca o influenciador Márcio Rolim, em um dos seus vídeos para o canal Bee40tona (assista abaixo), “algumas pessoas não estão dispostas a ver pessoas transando em um banheiro, que é um espaço público”.
A questão central é o respeito ao espaço alheio. E aí passa desde a não importunação de quem não queira participar (e aqui falamos especialmente da insistência ou do flerte ofensivo), até estar fazendo isso em um espaço compartilhado com pessoas que não estão envolvidas no ato em si.
Porém, não há como negar que essa é uma prática que continua existente. Com uma rápida busca em redes sociais, por exemplo, é possível encontrar desde grupos que combinam o banheirão, até guias com dicas de onde é mais tranquilo fazer.
Sendo uma realidade fica a questão: É preciso combater? Se sim, como fazer? Não podemos combater? Se não, por qual motivo? O assunto é complexo e em 2019 a instalação de um botão na rede de academias Smart Fit, apelidado de anti-banheirão, levantou o questionamento.
Uma carta aberta publicada na internet virou assunto por muitos interpretarem como uma defesa do direito ao banheirão. Na verdade o questionamento do autor era sobre a maneira como ele estava sendo combatido, não sendo através do diálogo.
É exatamente essa a questão. Além de ser uma prática proibida por lei, existe, como já falamos, a questão social (dos dois lados). Por isso, o fenômeno da pegação em local público é mais complexa e precisa ser debatida de forma franca. Seja para apontar através do diálogo a necessidade de respeito ao espaço público compartilhado, até entender o fenômeno de espaço de fuga da opressão.
Isso sem falar que ainda temos em muitos locais a questão da não aceitação da relação sexual gay (nem todos vivemos em grandes centros e em comunidade com aceitação), que nos empurra novamente para soluções como os espaços de pegação.
Mas será que estamos prontos para esse debate?
Creio que, as diferentes opiniões existem. O vídeo acima me Incomodou um pouco pq não acho que “exibicionistas” não seria a palavra certa para pessoas que não sentem vergonha em ficar nu em frente aos outros.
Eu comecei a malhar há poucos meses, sempre fui do tipo esbelto e o que incomodava no meu corpo era os famosos “pneuzinhos” do abdômen e o fato de voltar a malhar e voltar a definir meu corpo já estou bem e fiz as pazes com o espelho, nunca tive problemas de ficar nú no vestiário mas tinha a necessidade de ser mais observado porque os gays reparam sim nisso, se você foge do padrão está fora do clube, sei que é importante nos aceitar mas isso é uma questão de cada um!