Todo mundo é versátil? Quem escolhe só um papel está se limitando? Na vida não há regras, no sexo então… Mas, há uma diferença em ser só ativo ou só passivo por gostar apenas de performar um lado (e tudo bem!) e não se permitir ter prazer de uma maneira diferente apenas por questões que não são uma escolha baseada no que você gosta, no que te dá prazer.
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Estamos sempre aqui falando do canal Bee40tona, do Márcio Rolim (qualquer dia começaremos o texto com “Olá Beelovers”). Mas, brincadeira a parte, sempre gostamos de trazer aqui muitos dos questionamentos que ele levanta em seu canal.
Em um vídeo recente, Márcio levantou o questionamento do porque algumas pessoas não conseguem mudar de papel no sexo. Claro, ninguém é obrigado a ser versátil. Mas se você não tenta o outro lado apenas por questões alheias ao que te satisfaz, terá grande chance de estar limitando o seu prazer.
Existem diferentes motivos que podem levar uma pessoa a assumir apenas um papel no sexo. De questões físicas até filosóficas. E em todas elas há a possibilidade de trabalhar e experimentar novas formas de prazer, se esse for o seu desejo.
Machismo e homofobia estrutural são questões que podem influenciar na escolha, mesmo sem a pessoa perceber. A ideia de que o passivo é menos homem, que necessariamente é mais sentimental e romântico são fatores que podem impedir uma pessoa de se permitir estar nesse papel.
Essa ideia errada muitas vezes se manifesta até na hora da paquera, quando podemos não investir em uma pessoa por ter a ideia de que se ela for afeminada obrigatoriamente é passivo ou que se for mais masculina será obrigatoriamente ativo.
Passa por essa questão também o falocentrismo. Quando o pênis vira o centro de uma relação sexual e não as pessoas, uma pessoa que considere seu pênis pequeno pode se sentir inibida a ser o ativo da relação, ou quem tem um pênis grande pode se sentir obrigado a ser o ativo.
Há também questões físicas. Embora não impeditivas, quem tem hemorroida pode acabar não sendo passivo ou quem tem fimose pode sentir dor ao tentar ser ativo. Nos dois casos há tratamento e não há impedimento para estar em qualquer um dos lados na hora do sexo.
Por fim as experiências pessoais. Seja a pessoa que não teve uma experiência legal sendo passivo (dor, lesão ou até questão de higienização) ou sendo ativo (não manteve a ereção, não conseguiu gozar) ela pode criar uma barreira e não se permitir tentar novamente. Assim acaba se limitando a assumir apenas a um papel.
Tudo isso não é necessariamente um ode para que todos sejam versáteis e tão pouco que é obrigatório experimentar os dois lados para decidir por um. Cada pessoa é capaz de decidir sobre o que lhe dá prazer. O que Márcio traz com seus questionamentos no vídeo (vide abaixo) é para a pessoa que não se permite ter prazer das duas formas por algum motivo além do prazer.
Penso que a sexualidade é bem mais hormonal do que a atração em si! Ou seja, quem é passivo ou ativo, “espontâneamente” o é mais pela complementariedade”! Sai daquele estigma ativo e passivo, por machismo ou heteronormatividade! Em 2018, tive romance com colega do setor ao lado, 35 anos e eu com 52 anos. Em comum, ele ter tido o pênis contemplado por homem da mesma geração dele e que até me paquerou! Quando ouvi que o colega me desejava, na transa, ainda conversamos, tivemos uma certa ligação com colega “em comum”, mas pelo visto eu não poderia satisfaze-lo porque contemplar, apenas, o pênis não é minha “praia” mas ser penetrado como eu estava sendo naquele momento e ai, entra a questão de que falei da complementariedade, quando ele disse que minha dilatação fluía normal, sem o alegado preparo. Aonde eu respondi que a ereção que ele teve no banheiro ao nos beijarmos protelou a vontade dele urinar, assim como meu anus, sexualizou, numa espécie de vagina (acolhedor)! Ele até disse como homens se entendem bem mais, anatomicamente e sexualmente!