Depois do anúncio das autoridades de Brunei que colocarão em vigor a lei que pune com morte por apedrejamento pessoas que tiverem relações sexuais com pessoas do mesmo sexo, o astro de cinema George Clooney pediu boicote a nove hotéis de luxo pelo mundo por conta de ligações com o governo de Brunei.
Apesar da punição com sentença de morte ser lei no país asiático desde 2014, devido pressão de organizações de direitos humanos ela nunca foi colocada em prática. Contudo, segundo a Anistia Internacional o governo de Brunei pretende colocá-la em vigor a partir da próxima quarta-feira (03/04). As mudanças foram anunciadas de forma discreta num aviso no site da Procuradoria Geral do País.
Em nota, a Anistia Internacional pediu para que Brunei “interrompa imediatamente” a implementação desta e de outras punições anunciadas para casos de infidelidade e roubo. “Algumas das possíveis “ofensas” não deveriam nem ser consideradas crimes, como o sexo consensual entre adultos do mesmo sexo”, comentou Rachel Chhoa-Howard, pesquisadora da organização. O país se tornará o único do Sudeste Asiático a punir o sexo gay com morte e a Human Rights Watch alerta que a implementação deve levar a uma série de boicotes internacionais ao país.
Antes mesmo da entrada em vigor na pena de morte para gays em Brunei, o astro norte-americano George Clooney, em artigo para o Deadline, convidou a um boicote aos hotéis de luxo da Dorchester Collection – três no Reino Unido, dois nos Estados Unidos, dois na França e um na Itália -, incluindo os famosos The Dorchester, em Londres, e Hôtel Plaza Athénée, de Paris.
A Dorchester Collection é de propriedade da Brunei Investment Agency, ligada ao Ministério da Finanças de Brunei. “Toda vez que nos hospedamos, fazemos reuniões ou jantamos em algum desses hotéis, estamos colocando dinheiro diretamente no bolso dos homens que escolhem apedrejar e chicotear seus próprios cidadãos por serem gays ou acusados de adultério”, escreveu Clooney. Ele ainda finalizou dizendo que aprendeu ao longo da vida que a melhor maneira de lidar com regimes assassinos é atingindo a parte financeira.