Toda edição dos Jogos Olímpicos é especial e única. Tokyo 2020 já tem a marca de acontecer em meio a pior crise de saúde mundial dos últimos anos, coma pandemia da Covi-19 (que inclusive causou o adiamento em um ano). Mas, para a comunidade LGBTI+, outro marco será a participação pela primeira vez na história de atletas trans na Olimpíada. Mas essa informação é corrtea?
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Apesar de liberado pelo Comitê Olímpico Internacional desde 2004, só agora, 17 anos depois, teremos a participação de atleta trans na Olimpíada que falam abertamente sobre sua identidade de gênero. De fato, o marco da primeira participação foi em 2016, no Rio de Janeiro, quando Quinn ganhou bronze no futebol feminino pelo Canadá. Mas a atleta não havia falado publicamente ainda sobre o assunto, o que não acabou não trazendo destaque ao ineditismo (clique no link para saber mais sobre a história da jogadora).
Dessa vez, ela terá a companhia da halterofilista Laurel Hubbard, que representará a Nova Zelândia em Tokyo 2020. Os Jogos que tiveram a Cerimônia de Abertura hoje cedo ficarão marcados pela inclusão que tanto a população trans almeja no esporte, que faz parte da sociedade em geral.
Mas o debate a respeito da participação de trans no esporte parece estar longe do fim. A participação de Laurel será um marco importante, mas (infelizmente) acalorou o debate cercado de preconceito também.
O caso da halterofilista é o que mais chamou a atenção. O COI confirmou a participação da atleta trans na Olimpíada porque ela atendeu a todos os critérios definidos pela Federação Internacional de Halterofilismo e pelo próprio COI em 2015. Qualquer atleta feminina devem ter níveis de testosterona abaixo de 10 nanomoles por litro por pelo menos 12 meses antes de sua primeira competição.
Por estar dentro da regra, Laurel Hubbard teve sua participação confirmada em Tokyo 2020. Algumas críticas vieram e Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, foi enfático.
As regras de qualificação foram estabelecidas pela Federação Internacional de Halterofilismo antes do início das qualificações. Você não pode mudar as regras com as competições em andamento.
Thomas Bach, Presidente do COI, sobre a participação da primeira atleta trans na Olimpíada
Porém o principal dirigente do esporte olímpico mundial deixou em aberta a possibilidade de revisão da regra para a próxima edição dos Jogos Olímpicos, que serão disputados em 2024 em Paris. “Ao mesmo tempo, o COI está em uma fase de investigação com todas as partes interessadas diferentes para revisar essas regras e, finalmente, apresentar algumas diretrizes”, completou, sem sinalizar se isso pode causar uma mudança significativa que afastaria atletas trans dos Jogos.
Laurell competirá após uma história de superação também como atleta. Três anis atrás ela quebrou o braço enquanto competia nos Jogos da Commonwealth e os médicos avisaram que sua carreira como atleta provavelmente havia chegado ao fim.
Em um comunicado ela agradeceu não só o apoio pela estreia nos Jogos Olímpicos, como por acreditar que poderia continuar competindo: “Seu apoio, seu encorajamento e seu aroha (uma palavra em maori que significa” amor”) me levaram através da escuridão. Estou grata pela gentileza e apoio que me foi dado por tantos neozelandeses”.