No final de maio (29/05), Alejandra Monocuco morreu de Covid-19. O caso seria mais uma infeliz história de vida perdida para a pandemia do novo coronavírus se não fosse o fato de que ela teve o atendimento médico negado por ser transsexual e HIV+.
Segundo o site Pink News, Alejandra morreu 40 minutos depois que a equipe médica deixou a sua casa. Ativistas trans de Bogotá (Colômbia), onde ela morava, afirmam que apesar de apresentar sintomas da Covid-19, Monocuco teve o atendimento neglicenciado por preconceito, quando a equipe médica foi informada que ela era HIV+.
Quando a equipe da ambulância foi informada de que Alejandra tinha HIV, eles se retiraram dizendo que não era nada sério. Este caso mostra como as pessoas trans são tratadas em Bogotá.
Juliana Salamanca, da rede Trans Community, falando sobre a sorofobia no atendimento a Alejandra Monocuco
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Segundo Juliana, apesar de alarmada com o estado de saúde de Juliana, a equipe médica que foi ao local prestar socorro mudou de posicionamento ao ser informada sobre o HIV.
O Ministério da Saúde alega que Alejandra teria assinado um documento em que recusava a assistência médica, mas mesmo pressionada pela comunidade trans ainda não mostrou o documento. O Secretário de Saúde de Bogotá, Alejandro Gómez publicou no twitter dois dias depois da morte que ordenou uma investigação sobre a morte de Monocuco.
As condições de saúde das pessoas, suas orientações sexuais, políticas e culturais nunca podem ser barreiras aos cuidados de saúde e ao exercício de seus direitos
Alejando Gómez, Secretário de Saúde de Bogotá, sobre o caso
Os colombianos estão usando a hastag #JusticiaPorAlejandra para cobrar as autoridades sobre a morte.